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Perigo em trecho da Praia da Bandeira

Moradores preocupados com a ação das marés e a falta de conservação da orla


19/03/2021 - Edição 2033

Pedestres são obrigados a caminhar pela rua para não cair nos buracos da calçada e moradores têm medo que a situação piore
Pedestres são obrigados a caminhar pela rua para não cair nos buracos da calçada e moradores têm medo que a situação piore

O trecho que liga a Praia da Bandeira ao Aterro do Cocotá segue preocupando pedestres e motoristas que transitam pelo local. A via precisa de uma reforma urgente, pois possui muitas rachaduras, que aumentam durante o período de maré cheia e chuvas fortes, como a ocorrida na terça-feira desta semana. O trecho, literalmente, está prestes a desmoronar e que liga um sinal de alerta de preocupação nos moradores.

No primeiro semestre de 2019, a Defesa Civil interditou parte da via e chegou a colocar fitas de isolamento, que foram arrancadas por vândalos. Um parecer técnico sobre os problemas encontrados foi enviado à prefeitura que ainda não realizou obras de recuperação a não ser de pequenas intervenções. Os desníveis no asfalto preocupam os motoristas que passam com cuidado pelo local, onde os pedestres, na maioria das vezes, são obrigados a se arriscar pelo meio da rua.

— O problema é que diariamente passam por aqui carros pesados como caminhões. Eu já ouvi dezenas de estalos no asfalto que a cada dia cede mais enquanto a prefeitura tenta tapar o sol com a peneira, enfiando asfalto e mais asfalto sem nenhum estudo para de fato acabar com o problema. Moro aqui há 15 anos e nunca estive com tanto medo. Torço para que o pior não aconteça — diz a moradora Marília Alves, que procura evitar caminhar perto do trecho. “As vezes dou uma volta maior para não ter que correr o risco de passar e acontecer o pior”.

O estado hoje da calçada e do muro de contenção é crítico. As crateras são visíveis à medida que fatores como a ação do tempo e das marés exigem manutenção preventiva para não chegar a um provável desmoronamento de parte da calçada e da rua. O insulano Marcos Vasconcellos, que realiza caminhadas pela orla, disse que já sofreu uma lesão ligamentar ao cair em uma cratera mal sinalizada. “Eu precisei de repouso por dez dias e fiquei sem exercícios por cerca de um mês.”

De acordo com o motorista Matheus Mendonça, é preciso que os órgãos públicos hajam de maneira urgente para que o transtorno atual não se torne um grande problema.

— A qualquer momento isso aqui vai cair e não vai ser por falta de aviso. Já passou da hora de algo ser feito de fato para que não colhermos consequências trágicas para algum cidadão. É o velho ditado: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, e vai furar mesmo — conta o motorista.

Procurada, a Secretaria Municipal de Conservação não respondeu os questionamentos do jornal Ilha Notícias até o fim desta edição.