22/11/2019 - Edição 1964
O sofrimento dos moradores da Ilha com os maus serviços da concessionária dos serviços de transporte marítimos na linha entre o Cocotá e a Praça XV parece estar distante de ter fim. Na quarta (13), cerca de 500 passageiros ficaram aproximadamente uma hora esperando para desembarcar depois que a embarcação Martim Afonso encalhou na chegada à estação do Cocotá.
Incomodados e com medo, os passageiros denunciaram a falta de informação e assistência da CCR Barcas. Alguns chegaram a pedir o ressarcimento do valor da passagem pelo descaso. Após cerca de 60 minutos de espera, os passageiros foram transferidos para um rebocador e levados até a plataforma de desembarque.
— Sentimos a embarcação parar e por ali ficamos. Eles demoraram muito a nos passar uma informação do que estava acontecendo e de quando aquela situação se resolveria. Já não basta ficarmos reféns dessas embarcações velhas e sem ar-condicionado, ainda ficamos trancados lá dentro e sem ter informação concreta — reclamou Eduardo Vidal, passageiro da barca encalhada.
O serviço de barcas na região possui uma longa fila de reclamações. A empresa só oferece três viagens de ida até a Praça XV, no Centro, pela manhã e três viagens de volta, ao final da tarde. A tarifa de R$ 6,30 é questionada diante do estado de conservação das embarcações e dos poucos horários oferecidos. Em fevereiro de 2020 a tarifa deverá sofrer um novo reajuste passando para R$ 6,50.
— Eu trabalho no Centro e todo dia vou de barca, mas pelo menos uma vez na semana eu me arrependo disso, pois é quase certo de ter alguém fumando maconha no interior da embarcação. A única barca que possui ar-condicionado, por algum motivo nunca é ligado e, em dias quentes, fica muito calor. E pelo meu horário de saída do trabalho não bater com os horários de volta, venho de ônibus e pego um longo engarrafamento. Ninguém acha isso errado? Nada será feito para mudar isso? — indagou a insulana Silvana Lopes.
A CCR Barcas informou que oferece 12 mil lugares diários na linha, para uma taxa média de ocupação de 18%, ou seja, nas contas da concessionária, dos 12 mil lugares, apenas 2200 pessoas utilizam o transporte diariamente. Informou ainda, que deu assistência para os passageiros que ficaram esperando a embarcação ser rebocada na quarta-feira.
Passageiros aguardam para desembarcar
População da Ilha clama por um sistema de barcas eficiente