Opinião - José Richard

Enquanto nós, nossas famílias, vizinhos e amigos lutamos contra a Covid-19 e as suas consequências, contadas diariamente através do número de mortes e as sequelas deixadas em muitas vítimas que conseguem resistir a essa terrível doença, o mundo vive uma catástrofe semelhante aquela que aconteceu há cerca de 102 anos, quando a gripe espanhola chegou ao Brasil. Segundo os relatos, em cerca de dois anos aquela pandemia matou cerca de 50 milhões de pessoas em todo mundo e as notícias nos jornais da época são semelhantes ao que ocorre atualmente.

Em 1918 o mundo não estava preparado, como não estava no final de 2019 quando o coronavírus foi identificado na China. No século que separa uma doença mundial da outra, parece que pouco foi pesquisado para proteger a humanidade de uma nova eventual pandemia. Aparentemente todos fomos pegos de surpresa, e o jeito foi improvisar hospitais de campanha, criar novos leitos e, de uma hora para outra, ter que usar máscaras, álcool em gel, lavar as mãos e manter distância de outras pessoas, além do isolamento social.

Enquanto isso, muitos governantes aproveitam a ocasião e tem a coragem de meter a mão e roubar através de contratações fantasmas ou superfaturadas enchendo o bolso enquanto milhares de famílias brasileiras sofrem com a perda de emprego ou a morte de entes queridos. Não é humano que no lugar de solidariedade alguns desses poderosos ultrapassem todos os limites de compaixão e insensíveis não tenham o coração abalado pela dor de quem está intubado e com a vida por um fio.

Peço a Deus, forças e proteção para todos nós vencermos essa doença, e conclamo meus amigos e leitores a ajudar quem precisa de ajuda. Tem muita gente desesperada, desempregada e sem comida. A pandemia vai passar, como aquela que acabou há cem anos e precisamos sair desta melhores, mais humildes e humanos. Bandidos sempre vão existir, mas o nosso legado para a história, para contar aos filhos e netos, deve ser através de atos de solidariedade.