Opinião - José Richard

A nova rota adotada pelos voos que decolam do Galeão está incomodando diversos moradores da Ilha do Governador pelo imenso barulho que provocam e alguns transtornos que geram. Mas isso não é um fato novo, essa rota que já foi usada outras vezes em curtos períodos e logo suspensa. A diferença é que agora persiste já por algumas semanas e ninguém sabe a razão.

Segundo a RIOgaleão, que administra o Aeroporto Internacional Tom Jobim, a justificativa está na pandemia que provocou a diminuição da quantidade de voos, sobretudo os internacionais, e para conter despesas a concessionária resolveu fechar uma das pistas. A que ficou aberta tem a cabeceira na Estrada do Galeão, ao lado da Base Aérea, onde os aviões pousam e decolam a poucos metros de altura. Depois da decolagem as aeronaves precisam desviar para a esquerda passando pelos céus de residências do Jardim Guanabara, Freguesia, Zumbi, Z-10 e Ribeira, despejando potência para ganhar altura.

O desvio após a decolagem é necessário para evitar conflitos com a rota dos aviões que utilizam o Aeroporto Santos Dumont, no Centro da Cidade. Tecnicamente é uma ação tranquila e segura, mas não tem como evitar o barulho, sobretudo em alguns horários de voos internacionais quando a sequência de decolagens é de apenas poucos minutos. A medida é temporária e quando a outra pista for liberada a rotina volta ao normal com a maioria dos voos de volta para a pista, que é bem maior, cuja cabeceira fica nas imediações do Parque Royal, e o barulho então será dividido entre os moradores dos bairros do Moneró, Praia da Rosa e Tauá.

Provavelmente, a reclamação contra o barulho da rota atual chamou a atenção dos insulanos — que têm toda a razão —, devido à pandemia, que obrigou muitos ao isolamento social e assim perceberem com mais sensibilidade a rotina de eventuais incômodos no entorno das suas casas. Mas, logo nossos céus voltarão à normalidade com a reabertura da outra pista. A pandemia vai acabar. A boa notícia é que as vacinas começarão a ser aplicadas já nas próximas semanas e tudo voltará ao normal. Deus é bom!