Opinião

Opinião - José Richard

O trecho da Estrada do Cacuia entre o relógio e a Rua Mileto Maciel é o pior exemplo de organização urbana e de trânsito da Ilha do Governador


Por José Richard

27/11/2020 - Edição 2017

O trecho da Estrada do Cacuia entre o relógio e a Rua Mileto Maciel é o pior exemplo de organização urbana e de trânsito da Ilha do Governador. Nesse espaço de uns 500 metros, o tumulto entre os carros é gerado pelo grande número de veículos que se amontoam buscando sair do sufoco cujo foco está no ponto em frente ao Supermercados Mundial. Aquele espaço de ônibus deveria servir apenas para embarque e desembarque de passageiros – de vans e ônibus, mas há muito tempo também é utilizado principalmente como estacionamento de vans que esperam
lotar para seguir.

Esse ponto é o gargalo responsável por afunilar o fluxo na via e traz desconforto aos demais motoristas, além de colocar em perigo os passageiros de coletivos, que muitas vezes são obrigados a desembarcar dos ônibus no meio da rua, enquanto o ponto está tomado pelas vans.

O Cacuia tem um comércio intenso, e sofre com outro problema que é a falta de estacionamento e vagas para carros de passeio. Num certo horário o tumulto piora na disputa de espaços quando veículos particulares precisam dividir as vagas com caminhões de entrega que abastecem as lojas. O local fica uma verdadeira zona e a confusão gera mais complicações no trecho. Do nada e para complicar ainda mais, têm motoristas fazendo o retorno próximo ao único sinal para pedestres, numa demonstração inexplicável de desrespeito a tudo.

Se no asfalto a confusão aparentemente não tem culpados – porque os infratores acham normal as afrontas que causam à coletividade; nas calçadas os consumidores são disputados por dezenas de camelôs e pelo volume do som muito elevado de algumas lojas e farmácias que acreditam que vendem mais proporcionalmente ao barulho que produzem.

O Cacuia resiste, e para se desenvolver ainda mais, precisa ser objeto de uma reorganização estrutural das responsabilidades públicas tanto para lojistas e consumidores, como para motoristas e passageiros.