Opinião – José Richard

No fim de semana, presenciei uma cena que encheu o coração de esperança. Uma família da Ilha do Governador comemorava o aniversário do filho em uma das praças da região. Balões coloridos, mesas simples, risadas do grupo de crianças e adultos transformavam o espaço público em um cenário de alegria e convivência. Era impossível não se contagiar com a leveza daquele momento, em que o uso da praça ia muito além do lazer — tornava-se celebração da vida em comunidade.

Em tempos em que as manchetes insistem em destacar a violência e a intolerância, testemunhar esse tipo de iniciativa é um alento. Ver famílias ocupando praças com alegria, respeito e entusiasmo é um lembrete de que a Ilha do Governador ainda preserva seu espírito acolhedor, sua essência de região onde muitos se conhecem e se reconhecem.

Algumas praças da Ilha dispõem de brinquedos, quadras de esporte áreas de lazer que estimulam a integração, como o exemplo do aniversário infantil. Ali, os convidados e os frequentadores habituais se misturam num clima de harmonia. E é animador observar famílias levando mesas, cadeiras e quitutes caseiros — sanduíches, salgadinhos, docinhos e sucos — e, com simplicidade, transformando o espaço em um ambiente de convivência genuína. Não há luxo, mas há o que realmente importa: sorrisos, abraços e o prazer de estar junto.

Essas pequenas festas ao ar livre resgatam algo essencial — o espírito comunitário que caracteriza vida insulana. Na Ilha, ainda é possível ocupar o espaço público com tranquilidade, sentindo-se parte de um grande quintal coletivo. Esse sentimento de pertencimento é um verdadeiro tesouro e um diferencial raro em um mundo cada vez mais marcada pelas diferenças e distanciamento.

As comemorações e eventos nas praças – como os projetos gratuitos: Dançando na Praça e Um Dia de Circo - mostram que o morador da Ilha valoriza o contato humano, a simplicidade e a alegria compartilhada. Que esses movimentos cresçam! Afinal, ver as praças da Ilha do Governador se transformando em palcos de convivência e boas lembranças é um belo sinal de que a nossa comunidade segue viva, unida e referência de exemplo de integração entre os moradores.