Opinião

Opinião – José Richard


20/06/2025 - Edição 2255

Duas questões vêm tirando o sossego dos moradores da Ilha do Governador e destaque na coluna “Boca no Trombone”, coluna do Ilha Notícias dedicado aos desabafos da população. De um lado, o antigo e mal resolvido problema da falta de mais viagens nas barcas. Do outro, o crescente incômodo causado pelo barulho das motos durante a noite, principalmente no bairro do Tauá. 

O transporte aquaviário, que deveria ser uma alternativa eficiente e confortável para quem precisa se deslocar diariamente para o Centro da cidade, continua deixando a desejar. Os leitores reclamam que apenas três viagens de ida e três de volta, de segunda a sexta-feira, são insuficientes para atender a demanda. No horário de maior movimento na volta, às 17h30, a situação é ainda pior: normalmente uma embarcação menor faz o trajeto, obrigando passageiros a viajarem em pé ou até sentados no chão. O desconforto e o mau humor acabam sendo inevitáveis. 

A principal reivindicação dos insulanos é clara: mais viagens, com saídas de hora em hora, começando às 5h da manhã e seguindo até as 21h. Para muitos, a medida não é apenas uma questão de conforto, mas de necessidade. Trabalhadores, estudantes e moradores com compromissos diversos enfrentam diariamente dificuldades que poderiam ser amenizadas com uma gestão mais eficiente do serviço. 

Já em terra firme, durante a noite, o problema é outro: o barulho ensurdecedor das motos, que virou motivo de desespero para famílias inteiras. Principalmente no Tauá, a situação tem tirado o sono dos moradores. Eles relatam que é impossível dormir ou até mesmo assistir televisão devido ao barulho ensurdecedor das motocicletas circulando em alta velocidade, muitas vezes sobre as calçadas e desrespeitando sinais de trânsito. 

A indignação é ainda maior entre famílias com bebês, idosos e pessoas doentes, que têm sua qualidade de vida prejudicada. A sensação é de impotência. E muitos se perguntam a quem recorrer. A esperança é de que os responsáveis por tais transtornos se sensibilizem ao perceber que estão prejudicando os próprios vizinhos e a comunidade onde vivem. 

Enquanto aguardam por soluções, os moradores seguem fazendo o que podem: protestando, denunciando e usando o espaço do jornal como porta-voz de suas necessidades. A mensagem é mais qualidade no transporte aquaviário e silêncio para quem precisa descansar depois de um dia de trabalho.