06/06/2025 - Edição 2253
Hoje, a ausência de fiscalização é uma das maiores permissões ao caos. São veículos estacionados sobre calçadas impedindo a passagem de pedestres, motos trafegando de forma imprudente sem respeitar a sinalização e circulando na contramão e pelas calçadas, colocando em perigo os pedestres; lixo descartado fora do dia correto e ruas esburacadas. Essa realidade não é apenas culpa dos concessionários e de serviços públicos desatentos, mas também reflexo da conivência de uma parcela da população. Com isso, os omissos sentem-se livres para não agir.
Mas é preciso dizer com clareza, não há caminho para o desenvolvimento e qualidade de vida se não houver respeito às normas. Não basta cobrar apenas do poder público e das concessionárias — embora omissão deles seja inaceitável. É igualmente necessário que os próprios moradores sejam agentes da transformação, entendendo que civismo se constrói com pequenas atitudes no dia a dia. Jogar lixo no lugar certo, respeitar o espaço do pedestre, denunciar irregularidades e, principalmente, não as praticar, são gestos simples, mas fundamentais.
A Ilha pode, sim, ser exemplo para o restante da cidade. Tem história, tem identidade e tem muita gente que se importa. Mas para ser uma região referência precisamos deixar de normalizar o errado e começarmos a exigir — e praticar — o certo. É preciso que o poder público esteja presente, fiscalizando e punindo, mas é urgente também que os insulanos se vejam como parte do problema e, sobretudo, da solução.
Cidadania não é favor, é dever. Cidadania não é concessão, é obrigação. E as ações permanentes da fiscalização através dos diversos órgãos públicos é a ferramenta necessária para que esse dever seja cumprido por todos. E sem a participação da sociedade, o dever vira discurso vazio. A omissão custa caro diante da inércia que gera.
Um futuro melhor para a nossa região exige vigilância ativa e participação real da sociedade, dos nossos representantes e dirigentes políticos.