09/05/2025 - Edição 2249
A Ilha do Governador vive, há algum tempo, uma rotina de desrespeito sistemático às leis de trânsito por parte de motoqueiros que tratam as ruas como se fossem pistas de corrida. O uso irregular de motos, muitas vezes sem placas, com documentação vencida e conduzidas por pessoas sem habilitação ou sem capacete, transformou-se em cena cotidiana nos bairros da região.
Nas últimas semanas, a Polícia Militar, com o apoio do Detro, intensificou a fiscalização através de operações quase diárias, retirando de circulação dezenas de motocicletas em situação irregular. A ação da PM escancarou o problema e gerou a expectativa nos insulanos de que essas atitudes positivas da polícia militar tragam mudanças no comportamento dos motoqueiros e mais segurança para os motoristas e pedestres.
Ainda há muito a ser feito. As infrações seguem visíveis: motos transitam na contramão, avançam sinais vermelhos, invadem calçadas — onde disputam espaço com pedestres, inclusive idosos e crianças — e desrespeitam o limite de velocidade.
Além das infrações diurnas, outro fenômeno vem tirando o sossego dos moradores: os chamados "rolês" promovidos por grupos de motoqueiros durante à noite e nas madrugadas. São exibições barulhentas como "cortar giros" e perigosas como "dar grau", executadas em plena via pública. O barulho ensurdecedor e o risco de acidentes transformaram o descanso noturno dos moradores em um luxo raro em muitas partes da Ilha.
Embora as ações policiais estejam surtindo efeito e contem com o apoio da maior parte da população, é evidente que a normalização dessas práticas ilegais exige uma resposta mais ampla. Educação no trânsito, fiscalização constante e punição efetiva são urgentes. A Ilha não pode continuar refém de uma minoria que insiste em transformar as ruas em território sem lei, colocando em risco a segurança e o bem-estar de toda a comunidade.
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