11/04/2025 - Edição 2245
Os moradores da Ilha do Governador enfrentam, mais uma vez, o descaso da Light com a população. Os congestionamentos diários na pista de saída da Estrada do Galeão têm ultrapassado o limite do aceitável. Trabalhadores, estudantes, pessoas com consultas médicas e compromissos diversos se veem reféns de uma mobilização mal planejada que transforma a rotina dos insulanos num verdadeiro teste de paciência.
A origem do problema está nas obras para instalação de cabos subterrâneos, que poderiam ser compreendidas como um avanço necessário se não fossem conduzidas com tamanho desprezo pelo impacto que causam no trânsito. Buracos mal sinalizados, caminhões interrompendo o trânsito em horários críticos e lentidão na execução que beira o absurdo. A impressão é de que falta não só planejamento, mas também respeito com a Ilha.
É inadmissível que, após os apagões de 2024 — consequência direta de cinco décadas de negligência na manutenção da rede elétrica — a empresa continue tratando a região com tamanho descaso. No ano passado, a população sofreu com prejuízos materiais e emocionais, submetida ao barulho ensurdecedor de dezenas de geradores espalhados pelas ruas. Hoje, ainda convive com quedas de energia pontuais e, agora, com o caos viário imposto por uma obra que poderia e deveria ser conduzida de forma muito mais eficiente.
Por que não realizar os serviços também à noite ou nos fins de semana, quando o fluxo de veículos é menor? Por que atravessar um caminhão às 10h da manhã na única via de saída da Ilha? É difícil não pensar que falta à Light o mínimo de comprometimento com o interesse público.
O que está em jogo é mais do que mobilidade — é o direito de ir e vir da população. A Ilha do Governador exige respeito. E a Light, que já falhou gravemente com os insulanos, não tem mais margem para errar. Que os órgãos competentes cobrem da empresa uma postura à altura da necessidade e da dignidade dos insulanos.