Opinião

Opinião – José Richard


13/02/2025 - Edição 2237

O vento em direção ao mar diminuiu a possibilidade da propagação do fogo pela fábrica da Moove e principalmente reduziu as chances de que a nuvem tóxica fosse em direção aos bairros da Ilha do Governador, fato que poderia provocar sérias consequências a saúde dos insulanos. 

No sábado (8), ao meio dia, como de costume, a Ribeira estava movimentada. A feira livre, a feira de artesanato e os restaurantes reuniam uma multidão no entorno da Praça Iaiá Garcia e imediações. Ninguém imaginava que, naquele momento, um perigoso traço de fumaça negra já subia aos céus das instalações da Moove. 

A cena logo tomou outra dimensão. E apreensivos, moradores da Praia da Engenhoca, da orla do Zumbi, Praia da Bandeira, Cocotá e da Freguesia acompanharam de longe o crescimento de uma nuvem escura que em poucos minutos cobriu parte das instalações da fábrica de óleos e criou um rastro gigantesco no céu. O susto veio em seguida, com explosões e o avanço do fogo sobre parte do complexo industrial. 

Felizmente, a rápida atuação da brigada de incêndio e do Corpo de Bombeiros impediu que as chamas se espalhassem, evitando que houvesse vítimas. O episódio lança atenção sobre a importância das indústrias de derivados de petróleo na Ilha do Governador e a necessidade de uma convivência mais segura das suas operações em relação aos seus trabalhadores e à população insulana. 

Além da Moove, outras empresas localizadas no entorno, como a Shell, precisam se comunicar mais, divulgar procedimentos de segurança e conscientizar a comunidade sobre a proteção e cuidados que adota para seus funcionários e para os moradores da região. Protegê-los no grau máximo é uma obrigação.  

Todos os esforços para garantir a vida e o patrimônio da comunidade com quem divide espaço é uma lição que merece prioridade para evitar a possiblidade de eventos semelhantes. A falta de informações deixa a população da Ilha do Governador insegura e preocupada. 

Depois do susto, o bairro da Ribeira voltou à sua forte vocação acolhedora. As feiras, os restaurantes e o movimento pulsante do bairro são as atrações de um dos polos mais animados e movimentados da Ilha. Aos sábados, estarei lá novamente para encontrar os amigos e participar da vida dos insulanos, na expectativa de que novas medidas de comunicação sejam tomadas pelas fábricas. Foi um alerta perigoso e que nunca mais deve acontecer.  

Deus ajudou!