Opinião

Opinião - José Richard


29/11/2024 - Edição 2226

A linha de barcas ligando o Galeão ao Santos Dumont em 35 minutos pela Baía de Guanabara, cuja licitação foi marcada para o dia 5 de dezembro e com previsão de investimentos de R$ 107,1 milhões, é um dos passos preliminares para a materialização do projeto da construção de uma “aerotrópole” na cidade do Rio de Janeiro, em torno do aeroporto Tom Jobim.  

Durante a reunião do G20 na semana passada, o assunto foi discutido no Urban 20 quando a prefeitura assinou acordo de cooperação com a cidade chinesa de Zhengzhou, que se tornou o principal exemplo de “aerotrópole” no mundo. O conselheiro-chefe do projeto chinês é o americano John Kasarda, que foi trazido ao Brasil por André Bendavit, cofundador e CEO da Aldeya Life Park, empresa subsidiária da construtora Technion, a mesma que obteve junto à RIOGaleão a cessão de uma área de 150 mil metros quadrados no entorno do aeroporto do Galeão para o projeto da “aerotrópole” insulana.  

A estratégia da Aldeya Life Park é inicialmente ocupar a área com hospital, shopping, prédios corporativos e residenciais, restaurantes e centros de convenções, entre outras atividades. A Universidade Estácio de Sá já abriu um campus para cerca de 3 mil alunos. Para Kasarda, o Galeão faz a diferença e tem a vantagem sobre outros aeroportos considerando “a abundância de área livre no entorno do Galeão, além do fato de sua concessionária ser a Changi, que está por trás do terminal de uma notável “aerotrópole” em Cingapura.” 

Com ingredientes tão favoráveis para o desenvolvimento desse ambicioso projeto na Ilha do Governador, a população, empresários e investidores passam a entender a expectativa de um grande desenvolvimento no futuro, considerando que o assunto avançou durante a reunião do G20 e sobretudo pelo interesse do prefeito Eduardo Paes, que sempre entendeu que o Aeroporto do Galeão precisa funcionar a todo vapor para gerar crescimento para a cidade, e uma larga porta de entrada do Brasil. 

Embora o investimento pesado e a longo prazo, o processo atual do entendimento positivo e harmonia entre a iniciativa privada e o poder público interessados em revitalizar o Galeão faz o projeto surfar para o sucesso, considerando também como ingrediente o Rio de Janeiro como uma cidade global e turística cuja moldura é a Baía de Guanabara, que por obra divina a Ilha do Governador faz parte. 

(Obs: Parte das informações foram reproduzidas através do texto da coluna Capital, publicada no jornal O Globo de 23.11.2024)