Opinião

Opinião - José Richard


08/11/2024 - Edição 2223

A cada dia torna-se mais urgente e inadiável o comprometimento global com as questões ambientais, que hoje já ameaçam a vida no planeta de forma catastrófica e recorrente. Exemplo disso são os desastres recentes, como o ocorrido em maio no Rio Grande do Sul e, agora, na Espanha, onde centenas de vidas foram perdidas. Esses eventos extremos são apenas uma fração das tragédias ligadas ao descaso ambiental e à mudança climática, e o futuro aponta para ocorrências cada vez mais frequentes e severas. 

A realidade é alarmante. Aqui na Ilha do Governador e no mundo. A quantidade de poluentes despejada constantemente em nossos rios, mares, e atmosfera é absurda, gerando consequências visíveis como ilhas de lixo flutuantes, que se tornaram símbolos da nossa irresponsabilidade coletiva.  

E enquanto essa contaminação avança, muitos de nós ainda nos espantamos com os furacões, enchentes e deslizamentos, como se fossem fenômenos isolados e inesperados. Na verdade, são consequências previsíveis e evitáveis do nosso modo de vida destrutivo, que conta com a complacência de líderes mundiais, autoridades e até de cada cidadão, acostumados a priorizar o conforto imediato, em detrimento do futuro. 

O que falta não são promessas de mudança, mas ações concretas, permanentes e urgentes. Cada indivíduo, cada governo, cada corporação precisa assumir sua parcela de responsabilidade. Não basta apenas cumprir o básico em casa, separando o lixo reciclável e orgânico ou evitando despejar produtos químicos no meio ambiente – essas são obrigações mínimas.  

Precisamos ir além, exigindo políticas públicas mais rigorosas, sistemas de coleta de resíduos eficientes e respeito a quem vive da reciclagem, cuja saúde está em risco por conta de uma estrutura de coleta inadequada e insegura. 

Nosso mundo está à beira do colapso, e o descaso de líderes globais em reuniões internacionais soa como uma farsa quando, na prática, a poluição avança sem contenção. O clima está, sim, em revolta, e os desastres climáticos são um alerta. Ou mudamos agora, com a seriedade que a situação exige, ou seremos testemunhas do agravamento de um cenário onde as tragédias se tornam cotidianas, a vida perde espaço e a destruição se torna inevitável. Ou não?!