26/09/2024 - Edição 2217
Prospera um movimento entre os moradores das casinhas da Portuguesa para levantar grades fechando as ruas laterais de modo a tentar proteger os moradores contra a falta de segurança. A adesão é grande diante da vulnerabilidade das residências, falta de policiamento e a sensação de insegurança nas 33 ruas, todas densamente habitadas por insulanos que vivem sob tensão e cuja ideia é se proteger da violência.
Não conheço o projeto. Imagino que tenha portões automáticos cujo controles ficam nas mãos dos moradores, tornando o acesso de pessoas e veículos restrito. Acho complicado isso, mas é uma atitude gerada pelo desespero e intranquilidade que nos torna apavorados dentro de nossas próprias casas. Coisa semelhante já existe em ruas secundárias de alguns bairros da zona norte, onde grades e portões protegem quadras de ruas contra o livre acesso e circulação de veículos suspeitos e dos vagabundos que transitam sorrateiramente em busca de vítimas.
É inimaginável o tamanho da maldade de qualquer ação criminosa. É insuportável e triste as consequências de quem sofre qualquer tipo de perda patrimonial ou violência. Demora passar e as vezes não passa nunca, e tornam-se pesadelos a nos acompanhar pelo o resto da vida. Portanto não encontro argumentos para não apoiar a ideia de autoproteção dos moradores das casinhas, embora ela não resolva a raiz do problema nem as causas estruturais da violência.
A iniciativa ainda está em fase de discussão, mas já conta com grande adesão, refletindo o desespero e a busca por soluções que devolvam a tranquilidade aos moradores.