Opinião

Opinião - José Richard


25/08/2023 - Edição 2160

Quem tem carro reclama da falta de estacionamento na Ilha. Por outro lado, os pedestres reclamam da ocupação das calçadas pelos veículos. E os dois tem razão.  

Nos centros comerciais do Cacuia, Cocotá, Taúa e Portuguesa existem poucos espaços para estacionar legalmente sobre as calçadas e raros estacionamentos. Na Estrada do Galeão, por exemplo, quase toda a área comercial — principalmente no trecho entre o Lemos Cunha e a União da Ilha —, a maioria dos prédios não têm garagens. E sem opção, os motoristas estacionam de modo irregular, sujeitos a multas e reboque. 

Em algumas calçadas mais largas, os órgãos públicos e alguns lojistas conseguiram abrir espaços nas calçadas e criaram vagas legalizadas para estacionamento próprio ou para seus clientes. Já nas calçadas mais estreitas, que não possuem espaço para estacionar um carro o abuso de certos motoristas é desrespeitoso. Eles estacionam seus carros transversalmente, ocupando todo espaço entre o muro e o meio fio, bloqueando a passagem dos pedestres — carrinhos de bebê e idosos, entre outros — que são obrigados a andar pela rua, correndo os riscos de atropelamento. É uma afronta essa atitude e é comum acontecer diariamente, e sem constrangimento. 

Os poucos e bons estacionamentos estão no shopping, supermercados, drogarias e em outros poucos locais como na rua Colina. Aqueles três, construídos pelo poder público em área pública — em frente ao Assaí, Hortifruti e McDonalds — são administrados por um concessionário que cobra caro e de modo absurdo não permite nenhuma tolerância. Até quem entra por engano tem que pagar. É uma atitude desagradável e contra o bom senso agregador e acaba contribuindo para o deslocamento dos carros para outros lugares, prejudicando o comércio local. 

Precisamos de um projeto para aproveitamento inteligente das calçadas com espaços para pedestres e carros, de modo a permitir uma convivência harmônica e que possa transformar a região num modelo para a cidade.