Opinião - José Richard

Tenho defendido a valorização de ícones da nossa região, como forma de divulgar positivamente a força da Ilha do Governador no cenário da cidade do Rio de Janeiro. Imagino que uma Ilha com instituições populares e fortes irá atrair a atenção de investimentos públicos e privados. Enfim criar mais oportunidades de empregos e desenvolvimento. 

A geografia de ilha proporciona uma diferença importante e positiva sobre as outras regiões, obviamente pelo fato de que a Ilha do Governador não é caminho para outras cidades ou bairros. Quem circula por nossas ruas não está em trânsito, e cada interesse particular ou comercial de pessoas ou veículos nas nossas ruas deve ser potencializado para o desenvolvimento econômico e bem estar da população. 

Entretanto é preciso focar e trabalhar na questão social das diferenças. Na Ilha do Governador ainda existem comunidades cujo esgoto escorre pelo chão dos becos escondidos, infectando moradores e causando danos a saúde dos mais pobres. Essa Ilha pobre ainda está distante do mínimo de qualidade de vida que deveria ser igual para todos, e cuja luta para melhorar é o desafio que temos a vencer. A omissão das autoridades em resolver o esgoto no beco choca com as contradições de obras para melhorar o que está bom, priorizando o embelezamento de praças que já são ótimas e ficam propositalmente de costas para a qualidade de vida dos irmãos insulanos que mais sofrem.  

A importância dos ícones positivos da nossa região, como a projeção nacional que das recentes conquistas do time de futebol da Portuguesa e dos magníficos sambas enredos da União da Ilha que projetam a Ilha do Governador pelo Brasil, tem a virtude de despertar interesses de investimentos pela fantástica exposição midiática que projeta a Ilha do Governador como uma vitrine estratégica, revelando o potencial urbano e que pode transformar a região num modelo acolhedor para diversas atividades econômicas que estão adormecidas por absoluto desconhecimento das suas viabilidades estratégicas.  

Estar localizada no meio da Baía de Guanabara, e ter divisa por água com diversos bairros do Rio e cinco cidades – Rio, Niterói, São Gonçalo, Magé e Duque de Caxias farão da Ilha do Governador a região mais próspera da cidade, pelo potencial que essa localização oferece.  

Isso pode demorar um pouco. Infelizmente eles, as autoridades, ainda continuam de costas para a Ilha, e o mau cheiro dos esgotos não está às suas portas.