Opinião - José Richard

A questão do aeroporto do Galeão precisa ser resolvida logo para evitar que pequenas e médias empresas de serviços ligados ao transporte aéreo acabem se mudando da região da Ilha do Governador para ficar mais perto do aeroporto Santos Dumont. O tempo está contra nós e as facilidades para o leilão da concessão do Santos Dumont são injustas e cada vez valorizam mais aquele aeroporto. 

Em contrapartida, o Galeão desvaloriza e perde espaços importantes e difíceis de recuperar em tempos de pandemia e de crise. Enquanto o governo federal quer valorizar ao máximo outro ativo, não percebe que o Galeão tem a tradição e instalações adequadas para fazer com tranquilidade a coordenação de pouso e decolagens em duas pistas excelentes do tráfego mais pesado e de voos internacionais. Não há obras a fazer para atingir o máximo da movimentação de passageiros. Enquanto o Santos Dumont, para conquistar espaços do Galeão, precisará aumentar a pista, cujo projeto de extensão já foi condenada pelos órgãos públicos do meio ambiente. 

A verdade é que os dois aeroportos tem características diferentes e são essenciais para o desenvolvimento da cidade. Entretanto, é preciso que haja ações para o equilíbrio das observando as características de cada um. Enquanto o Santos Dumont precisa ser incentivado para voos de curta distância para passageiros e cargas como por exemplo, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, o Galeão ficaria com os voos de longa distância e destinos internacionais.  

O equilíbrio óbvio nos destinos e a sensatez para valorização de ambos aeroportos é a única saída para evitar prejuízos ao Rio de Janeiro. A Ilha do Governador é o território mais atingido nesse momento de insensatez, porque milhares de insulanos trabalham no Galeão e a economia da região depende de um aeroporto funcionando sem retaliações absurdas contra a grandeza do aeroporto Tom Jobim cuja estrutura atual pode movimentar pelo menos o dobro de passageiros que o Santos Dumont. É incoerente trabalhar contra o Galeão!