Opinião - José Richard

O bairro do Bancários é o único da Ilha que  corta o território insulano de norte a sul, ligando por terra a Praia do Cocotá com a Praia dos Bancários, numa distância de cerca de 4 quilômetros de um lado a outro. A Avenida Dr. Manuel Marreiros corta o bairro, começa na orla da Praia do Cocotá e termina em frente à Praia dos Bancários ao lado do Estaleiro Eisa. 

Algum explorador curioso ficaria surpreso pelos contrastes nas paisagens se percorrer toda a via. Levaria mais de hora em subidas, descidas e curvas do lado sul que contrastam com o terreno plano para os lados da praia também conhecida como das Pelôni as,  cuja vista é o Dedo de Deus em Teresópolis. 

Chama a atenção no bairro a canalização da Transpetro que liga a Ilha Dágua até a Refinaria de Duque de Caxias com fluxos de petróleo e derivados. É uma faixa de terra com os mais de quatro quilômetros por uns 70 metros de largura, que ajuda a movimentar a economia que gira pontualmente em torno dos derivados de petróleo e gás. 

Apesar dos diversos avisos de perigo ao longo do terreno, pessoas transitam pelo local que também serve de pasto para dezenas de cavalos. A maior parte da canalização é subterrânea e na maior parte do trajeto, nos dois lados do terreno centenas de casas fazem fundos e milhares de insulanos vivem tranquilos, com pensamento longe da possibilidade de surgir qualquer problema der vazamento ou explosão, que poderia gerar uma grande tragédia. 

Não é por falta de advertência no local sobre o perigo nos diversos pontos vulneráveis e de acesso não controlado. Perto dos equipamentos de calibragem da pressão as advertências metem medo, embora, incrivelmente, sejam espaços que podem ser invadidos por malucos. 

O Bancários tem privilégio de ligar-se a duas praias da Ilha, mas tem também uma incógnita do que representa essa importante linha de dutos de transmissão e os cuidados que a população merece saber.