Opinião - José Richard

A Ilha do Governador é potencialmente uma cidade. Aliás, com mais habitantes que a maioria dos 5.570 municípios brasileiros, além de características geográficas especiais por ser uma ilha. O fato tem vantagens e desvantagens. Como vantagem, a exclusividade de que, quem está aqui, está em razão de algum motivo e não apenas para usar a região como passagem para outro lugar.

Ou seja, na Ilha do Governador não existe população flutuante, aquela que usa as vias da região apenas para deslocamentos para outros bairros da cidade, como por exemplo, Botafogo, na Zona Sul e São Cristovão, na Zona Norte. Nem os passageiros e tripulantes dos aviões, são exceção como flutuantes. Eles utilizam a única via de acesso à Ilha pela Estrada do Galeão quando se dirigem ao aeroporto Tom Jobim com o fim específico de viajar, ou quando chegam de viagens, em razão do aeroporto ficar aqui. E é aqui, uma das principais portas de entrada do Brasil para quem vem do estrangeiro, fato que faz a região diferente e importante no cenário da cidade e do Estado.

Essas considerações são importantes para que a Ilha do Governador seja avaliada pelo poder público com mais importância e investimentos. Não apenas pela grande população que tem, mas também pela capacidade de gerar riquezas através das empresas instaladas, como o próprio aeroporto e toda infraestrutura aeroportuária ao redor, ou pela quantidade de atividades de serviços e lojas ou ainda, pela força das indústrias de óleos, aditivos e lubrificantes, como a Shell e a Cosan que funcionam na Ribeira.

O insulano sabe que a Ilha é diferente e tem orgulho disso.