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Opinião - Daniel Balbi


Por Daniel Balbi

26/08/2022 - Edição 2108

Nas primeiras vezes em que votei, as urnas eletrônicas não existiam aqui no Brasil. Recebíamos uma ou várias cédulas de papel, dependendo da quantidade de cargos que estávamos elegendo naquele pleito, e tinhamos que marcar com um "X” ao lado do nome do candidato escolhido, em caso de cargos com poucos candidatos disponíveis para escolha ou escrever por extenso o nome e/ou o número do candidato para cargos com muitos concorrentes.

Havia muitos relatos de fraude, principalmente no interior ou em locais que tinham um "coronel" que mandava na região. Centenas de cédulas eram encontradas com nomes de candidatos com a mesma letra e a mesma caneta tinha sido usada, por exemplo. Um esquema de fraude trabalhoso, que demandava tempo e uma quantidade de gente razoável para colocá-lo em prática. E demorava às vezes semanas para a apuração dos votos, tempo não era problema. Com certeza era um sistema com fallhas e várias brechas para fraudes.

Em 1996, as umas eletrônicas começaram a fazer parte das eleições de forma paulatina e, já há algum tempo, todas as eleições no país são feitas através dessas umas. Maravilha. Desde então temos o sistema eleitoral mais modemo do mundo e nenhuma fraude foi comprovada até então. Isso é um fato. O que me parece estranho, diante da capacidade do ser humano em resolver problemas, seja para o bem ou mal, é a repulsa da grande mídia em qualquer questionamento a respeito das umas eletrônicas. É sabido de invasões hacker a computadores e sistemas do Pentágono, da Nasa e de outras grandes corporações. Quem conhece um pouco de programação sabe que nenhum sistema é inviolável e uma fraude no sistema da uma eletrônica seria algum muito mais rápido e preciso do que era praticado no passado. Mas, levantar a possibilidade de nas urnas eletrônicas virou quase uma blasfêmia. Tudo porque foi uma preocupação levantada pelo Presidente Bolsonaro, e a grande mídia se posiciona contrária a qualquer coisa que venha do atual presidente.

Independente de posicionamento político, temos que estar sempre questionando os sistemas. Isso é saudável e faz com que eles sejam cada vez melhores. Confiar cegemente em qualquer sistema eletrônico me parece mais baseado em fé do que em lógica.

Importante, não digo que há fraudes nas umas eletrônicas, digo que pode acontecer e não podemos deixar nunca de questionar, sob o risco de virarmos massa de manobra de um ou outro interesse.