31/01/2025 - Edição 2235
O transporte aquaviário do Rio de Janeiro entra em uma nova fase com a chegada do Consórcio Rio Barcas, que assume a operação das linhas de barcas do estado a partir de fevereiro. O contrato, no valor de R$ 1,9 bilhão, terá duração de cinco anos, podendo ser prorrogado por mais cinco. A expectativa dos usuários, especialmente os insulanos, é de que o novo modelo traga melhorias para um serviço que atualmente enfrenta críticas por ser limitado, lento e com constantes atrasos.
O consórcio é formado pelas empresas BK Consultoria e Serviços, Internacional Marítima, Sudeste Navegação e Innovia Soluções Inteligentes. Ele substituirá a CCR Barcas, que transportava uma média de 40 mil passageiros por dia e operava seis linhas. A transição já começou e segue até 11 de fevereiro. Segundo o governo estadual, o número de viagens será mantido e não haverá reajuste na tarifa durante esse período.
Um dos principais problemas enfrentados pelos insulanos é a escassez de destinos. Atualmente, a única linha da Ilha do Governador leva ao Centro da cidade. Com a nova gestão, espera-se a implementação do trajeto Paquetá/Ilha, o que pode ampliar a conectividade entre as regiões.
— Como usuário das barcas do Cocotá espero que de fato o consórcio esteja disposto a promover mudanças significativas no dia-dia. A verdade é que nos sentimentos jogados, sem explicação mínima para os atrasos e isso vai afastando cada vez mais as pessoas. Novas rotas podem atrair de volta os usuários para cá até tornar-se um negócio mais lucrativo — afirma Lenilton Pereira, de 46 anos.
O novo contrato tem um modelo de prestação de serviço por milha náutica, permitindo ao governo estadual controle sobre os itinerários e a grade horária. A promessa é de que o sistema seja otimizado para atender melhor a demanda real dos passageiros. "Temos hoje horários extremamente deficitários, com barcas enormes transportando pouquíssimos passageiros. Com o novo modelo, será possível direcionar melhor as embarcações e tornar o serviço mais eficiente", afirmou o governador Claudio Castro
Outra novidade é a obrigatoriedade de o consórcio contratar um sistema de limpeza para a Baía de Guanabara, o que vai contribuir para a redução dos impactos ambientais e melhorar a navegação. Além disso, haverá estações de monitoramento da qualidade do ar.
O modelo de concessão vigente desde 1998 está sendo substituído por esse formato transitório de cinco anos, até que uma solução definitiva seja encontrada.
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