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Moura combate poluição na Praia do Barão

Ação isolada de morador começou durante a pandemia. Ideia é dar o exemplo


31/07/2020 - Edição 2000

Iniciativa do insulano Geovane Moura serve de inspiração para ajudar na conscientização da população
Iniciativa do insulano Geovane Moura serve de inspiração para ajudar na conscientização da população

Incomodado em conviver nas últimas décadas o aumento da poluição e o descarte irregular do lixo na Praia Congonhas do Campo, conhecida também como Praia do Barão, na orla que liga o Cocotá à Freguesia, o insulano Geovane Moura, de xx anos, decidiu usar o período de pandemia para arregaçar as mangas e cuidar do meio ambiente. Morador da localidade, ele mudou sua rotina e diariamente, de maneira voluntária, realiza a limpeza de um dos trechos da praia.

São três horas diariamente dedicadas ao contato com a natureza e contra as consequências ruins da ação humana. Geovane, que batizou a iniciativa como “Barão Vive”, recolhe, por semana, cerca de 200 quilos de detritos das areias da praia. Ele conta que a iniciativa surgiu após um período de reflexão durante a pandemia e a nostalgia de lembrar que diversos insulanos, assim como ele, já curtiram bastante aquela praia, mas que por décadas de descaso não é mais possível devido a sujeira.

— Eu acredito que as iniciativas individuais podem mudar o mundo. Muitos podem dizer que estou fazendo trabalho de formiguinha, que enquanto eu limpo há outras dezenas sem conscientização poluindo, mas eu não ligo. O importante é mostrar o amor a natureza e provar que há ainda solução para a Baía de Guanabara. Nossas águas ficaram mais límpidas nesses últimos meses — afirma Moura dando como exemplo a Ilha de Florianópolis, um local onde a população se preocupa de fato com a preservação do meio ambiente.

Geovane busca também ser canal de inspiração para as novas gerações, principalmente para a filha, Luísa Costa, de 15 anos, que sonha em cursar Biologia Marinha. De acordo com Moura, a proposta é trazer para a consciência pública o mal que resíduos podem causar à Baía, à fauna marinha e até mesmo às próprias pessoas. Para ele, a limpeza das praias e o processo de educação ambiental devem caminhar lado a lado.

— Nesse tempo que estou fazendo esse trabalho na Praia do Barão já recolhi objetos inimagináveis, desde sacos plásticos, latas, preservativos e até um sofá que apareceu por aqui. É necessário que haja mais incentivo à conscientização da sociedade para que a Praia do Barão, por exemplo, não seja local de despejo de lixo e a poluição num futuro próximo diminua suas consequências e as próximas gerações possam viver com praias limpas — finaliza.