01/09/2023 - Edição 2161
Mestre Abá, nome pelo qual é conhecido o insulano Walter Faria Pereira Júnior, entrou recentemente no Hall da Fama da luta livre, concedido pela Confederação Brasileira de Luta Livre Esportiva (CBLLE) consolidando uma carreira notável de 33 anos de combate. Com importantes vitórias, ele teve seu auge como lutador ao conquistar o Brasileiro de Luta Livre e o Shooto Brasil, fato que o fez se destacar internacionalmente.
Seu grande currículo credencia-o como um dos maiores expoentes da Luta Livre e do Muay Thai na Ilha, região em que existem diversas academias de artes maciais, que se destacam com atletas em faixas etárias, categorias e esportes diferentes. Sua trajetória no esporte começou aos 10 anos na academia Zendocam, do Mestre Valdeci, ingressando inicialmente no caratê. Aos poucos, ele foi migrando para a Luta Livre com o Mestre Eugenio e em seguida com Mestre Sila. No kickboxing, ele teve aulas com o Mestre Betinho e Magu do Penhão e no muai thay com o mestre Tunico de Niterói. Por fim, no MMA começou em 1995 e foi até 2006.
— Tenho gratidão aos mestres que me ensinaram tudo que eu sei hoje. Ninguém nasce sabendo todas as técnicas, e com eles pude aprender, aprimorar e ter uma carreira sólida reconhecida até pela confederação de Luta Livre, com esta condecoração no Hall da Fama. Por isso, hoje minha paixão pelo esporte é ter esse espaço, disponibilizado pela Academia Ilha Point, dentro do novo Supermercado Assaí, em que posso ensinar futuros lutadores — disse mestre Abá, que ministra aulas de arte marcial, todas as terças-feiras e quintas-feiras, a partir de 20h.
Conciliar sua carreira de advogado, onde se formou em 2010, com a de professor de luta livre apresenta desafios, especialmente quando audiências presenciais ocorrem fora da ilha, o que deixa o dia-dia do Mestre Abá bastante agitado. Aliado a isso, ele é mestre Maçom e, ainda, pertence ao Rotary Club, o que comprova sua vocação também para as causas sociais.
Aos 48 anos, Walter Faria, que é casado com Rejane Lima, ainda nutre sonhos, e um desses é transformar um jovem talento como lutador do UFC, maior competição de MMA do mundo atualmente. Na visão dele, na Ilha, há talentos que podem ser lapidados no esporte e, inclusive, existem ótimos lutadores na atualidade, como o Ricardo Cadinho e o Bernardo Passos, conhecido como Bené.
— A Ilha tem um potencial de crescimento substancial. Temos muitas pedras brutas a serem lapidadas. Faltam investimentos sérios para que isto se torne realidade. Vejo muitas oportunidades a serem exploradas e sigo na academia justamente para que nomes importantes surjam no esporte — afirma Mestre Abá.
Mestre Abá é um exemplo no esporte. Sua trajetória inspiradora contribui para o fortalecimento do esporte na região, mostrando que há um caminho promissor e aberto para futuros talentos da luta livre. E sua missão, mesmo aposentado, segue viva, em transformar novos talentos em grandes estrelas das artes marciais como ele é, e sempre será na história do esporte.