Gente da Ilha

Marlene trabalha feliz vendendo doces


09/05/2025 - Edição 2249

Sempre bem humorada, Dona Marlene acorda cedo para vender balas de coco no semáforo da Rua Cambaúba
Sempre bem humorada, Dona Marlene acorda cedo para vender balas de coco no semáforo da Rua Cambaúba

Todos os dias, por volta das 7h da manhã, motoristas que passam pelo semáforo da Rua Cambaúba, no Jardim Guanabara, são recebidos com um sorriso caloroso e um saquinho de balas de coco artesanal. Quem oferece esse gesto de gentileza é Marlene de Albuquerque Bernardes, uma senhora de 70 anos cuja trajetória é marcada por trabalho, resiliência e doçura.

Nascida em Bonsucesso, Dona Marlene sempre viveu do comércio de doces. Começou ainda jovem, vendendo balas, paçocas e chicletes pelas ruas do Cocotá. Foi lá que aprendeu os caminhos da simpatia, da persistência e das vendas.

Com o tempo, mudou seu ponto de vendas diversas vezes, passando por diferentes bairros da região. Buscava sempre pontos mais movimentados, como postos de gasolina e calçadas de supermercados. Aos fins de semana, trabalhava na Ferinha do Cocotá, mas desta vez vendendo refrigerantes.

— Sempre tive muita disposição para trabalhar. A gente só consegue conquistar as coisas com muito suor. Então eu nunca deixei de correr atrás para conseguir o sustento — conta.

Marlene encontrou seu ponto definitivo na Rua Cambaúba, onde hoje se tornou uma figura conhecida e querida. Sempre sorridente, cumprimenta todos os pedestres e motoristas que param no semáforo em frente à Igreja Universal.

— O segredo é esse: ser sempre simpática. É tratar todo mundo com muito carinho. Assim você consegue conquistar a confiança do cliente — afirma.

Dona Marlene acorda todos os dias às 3h da manhã para produzir seus doces e chega no semáforo da Cambaúba antes das 7h. Por dia, ela vende entre 25 e 35 saquinhos, um a um, faça sol ou faça chuva. O lucro, embora modesto, ajuda a pagar o aluguel de casa e a custear os remédios do marido, de 74 anos, que sofreu um AVC.

— Trabalho por uma questão de necessidade, pois os remédios do meu marido são muito caros e o dinheiro que recebo da aposentadoria não é suficiente. Então preciso juntar forças para poder seguir em frente dar esse sustento para casa — revela.

Mãe de dois filhos e avó de um neto, Marlene mostra resiliência. Mesmo diante das dificuldades, ela não perde a alegria e o bom humor. "Só tenho que agradecer a Deus por mais um dia!", diz.

Marlene é Gente da Ilha!