07/06/2024 - Edição 2201
A trajetória de Luciano Palmeiro revela a história de um gaúcho que construiu raízes na Ilha do Governador e se tornou um comerciante que se destaca pelo espírito solidário.
Natural de São Jerônimo, no Rio Grande do Sul, Luciano mudou-se de Porto Alegre para a Ilha do Governador em 2003, em virtude de uma proposta de emprego. Entretanto, a proposta não se concretizou e, sem dinheiro para voltar para casa, teve que ficar na região.
— Os primeiros dias aqui foram muito difíceis, porque eu vim pra cá com apenas R$ 500 no bolso e desempregado. Com esse dinheiro eu consegui alugar uma quitinete na Rua Baviera, que nem sequer tinha uma cama. Na época dormia em caixas de papelão que eu buscava no mercado — relembra Luciano.
Luciano conseguiu seu primeiro emprego na região na antiga Lumart Baby, loja de móveis para crianças localizada no Jardim Carioca. Tempos depois, começou a trabalhar como taxista. E foi no táxi que Luciano deu início a uma de suas maiores contribuições para a região: o banco de cadeiras de rodas, um serviço que garante o empréstimo de cadeiras de rodas e andadores a pessoas necessitadas.
— Um dia eu estava levando uma passageira que perguntou se eu conhecia alguém que estaria precisando de uma cadeira de rodas, pois ela tinha uma a disposição e que não usaria mais. No dia seguinte, por coincidência, outra passageira me perguntou se eu conhecia alguém que tivesse uma cadeira para emprestar. Ali eu senti que havia essa demanda e dei início ao banco de cadeiras de rodas — conta.
Do táxi, Luciano voltou ao ramo das vendas, mas desta vez com o próprio negócio. Ele comprou um mercadinho na Rua Açaituba, que ficou conhecido como o “Mercadinho do Gaúcho”, e montou ao lado uma choperia. Paralelamente, começou a realizar eventos de churrasco, uma atividade que começou entre amigos e hoje se tornou profissão.
— Por mais que hoje seja a minha profissão, eu digo que fazer churrasco é o meu maior prazer. Pois como diz a tradição gaúcha, o churrasco simboliza a amizade, a confraternização e os bons momentos — afirma.
Luciano pode ser descrito também como um gaúcho de personalidade solidária. Além do banco de cadeiras de rodas que preside, ele também é conhecido como o “Papai Noel”. Todos os anos, ele arrecada brinquedos e sai para as ruas da região vestido de Papai Noel para distribuir presentes de Natal para as crianças insulanas.
— Desde muito cedo me preocupo em ajudar e fazer o bem ao próximo. Então, quando eu faço essa ação, não penso em me promover, penso em dar um sorriso às crianças. Isso é o que importa — explica.
Luciano é casado há 19 anos com Alexandra e tem um enteado de 30 anos. Sente orgulho da família e gosta de curtir os bons momentos, especialmente com uma legítima costela gaúcha preparada em fogo de chão. Aos 50 anos, Luciano é um empresário vencedor, solidário e bom caráter. Luciano é Gente da Ilha!