13/02/2025 - Edição 2237
O incêndio de grandes proporções que atingiu a empresa Moove, do Grupo Cosan, na Ribeira, no sábado (8), por pouco não se tornou uma tragédia de grandes proporções. O fogo, que começou por volta de 12h15 em um galpão que armazenava materiais plásticos, recicláveis e 30 tanques com óleo aditivado, lançou uma densa nuvem de fumaça negra visível em toda a Ilha do Governador e até em bairros mais distantes. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 12h36 e trabalhou por 27 horas para conter as chamas e evitar que se alastrassem para outras áreas da fábrica, que armazenava milhares de toneladas de óleo inflamável.
Para evitar a propagação do incêndio, foi necessário utilizar uma bomba de sucção com água da Baía de Guanabara e aplicar espuma sobre os óleos inflamáveis. Os moradores da região demonstraram preocupação e medo diante de um possível desastre sem precedentes. A falta de comunicação durante o incêndio também foi alvo de reclamações dos moradores, especialmente os que residem próximo a fábrica, afinal não sabiam se havia necessidade de evacuação ou não. Nada foi comunicado.
— Não me falaram nada. O estranho é que nos simulados sempre há sirenes tocando e agora com o fogo se alastrando eu não ouvi nada. Nenhum sinal. Fora que esses caminhões superpesados são um caos aqui na Ribeira e danificam ruas. Agora, cá pra nós, imagina se o fogo tivesse atingido os maiores reservatórios? Por Deus esse incêndio não se tornou trágico. E será que continuaríamos sem informação? Pois foi isso que aconteceu — afirma a moradora Maria Dolores, da Rua Campo da Ribeira.
No momento do incêndio, o vento soprava em direção à Baía de Guanabara, e afastou a fumaça das residências, o que contribuiu para o controle do incêndio. No entanto, o impacto ambiental foi inevitável: uma mancha de óleo foi detectada na área da empresa, levando o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) a acionar um plano emergencial. Segundo o órgão, foram utilizados dois quilômetros de barreiras para conter o material e evitar a dispersão dos resíduos para outras áreas da Baía. No domingo (9), a Moove informou que já havia recolhido cerca de 280 metros cúbicos de resíduos da água.
A Moove divulgou uma nota afirmando que todos os protocolos de segurança foram aplicados e que o incêndio ficou restrito à área produtiva, sem atingir os tanques de armazenamento ou a comunidade. Na segunda-feira (10), o Ministério Público do Rio (MPRJ) solicitou a interdição temporária da fábrica para investigação das causas do incêndio e das consequências ambientais. No entanto, na data de fechamento desta edição, a empresa já estava em funcionamento, excluindo a área do fogo, que passará por perícia.