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Ilha tem 372 casos e 11 óbitos na semana

Aplicação da 3ª dose em idosos deve começar no início de setembro


27/08/2021 - Edição 2056

Parte da equipe de profissionais da Clínica da Família Assis Valente, do Galeão
Parte da equipe de profissionais da Clínica da Família Assis Valente, do Galeão

A Ilha do Governador apresentou aumento no número de novas infecções da Covid-19 pela terceira semana consecutiva. A informação é do Painel Rio-Covid-19 da prefeitura, que registrou nos últimos sete dias, 372 casos da doença na região, além de 16 óbitos. Em relação a semana passada, houve 175 novos infectados e mais 11 mortes. Esse novo cenário epidemiológico na região, que também afeta os outros bairros da capital, deve levar ao Hospital Evandro Freire a abrir novos leitos de UTI específicos para o tratamento da Covid-19.  

Os novos casos da Ilha são mais frequentes na faixa etária entre 25 e 35 anos, mas já há uma preocupação pela também crescente de infecções em idosos, que já completaram o esquema vacinal da Covid-19 com duas doses.  

— Em um cenário ideal com todos vacinados, os idosos sempre serão os principais alvos da doença, em razão da baixa imunidade. Estamos vivendo uma armadilha de achar que agora, mesmo com duas doses, as vacinas resolvem tudo. Há mais pessoas circulando, mais interações, a adesão ao uso de máscaras caiu. Tudo influencia diretamente no aumento de casos e diminui a proteção. A vacina indiscutivelmente ajuda, mas não é uma barreira intransponível nem a solução de todos os problemas. É parte importante e fundamental, mas não a única — afirma o pesquisador da Fiocruz, Marcelo Gomes.  

Diante deste cenário e com a tendencia de alta no número de mortes, o prefeito Eduardo Paes anunciou que irá antecipar o Plano Nacional de Imunização e vai começar a aplicar a dose de reforço entre os idosos já no dia 1º de setembro. Com o aumento de casos, a prefeitura decidiu adiar o plano gradual de flexibilização das medidas restritivas contra a Covid, que previa em três fases a reabertura parcial de boates e de público nos estádios.  

— Aumentou a transmissão por causa da variante delta, que de fato é muito transmissível. Está se refletindo já no aumento de movimentação dos hospitais. Nós temos que acompanhar o que vai acontecer com a pandemia nas próximas semanas e por isso esta decisão — disse Daniel Becker, pediatra, sanitarista e membro do comitê científico da prefeitura.