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Ilha do Governador comemora 454 anos

Região já foi chamada de Ilha do Gato, Ilha de Paranapuã e Ilha dos 7 Engenhos


Por Juberto Santos

10/09/2021 - Edição 2058

O brasão da Ilha do Governador e a sua importância histórica para a história da região
O brasão da Ilha do Governador e a sua importância histórica para a história da região

A contagem histórica se dá a partir da divisão de lotes de suas terras em 1567, com a posterior chegada dos africanos e os demais grupos que passaram a compor a população insulana. É evidente que a presença humana aqui é bem mais antiga com povos Sambaquis, que se fixaram há milhares de anos nas áreas próximas a rios, se utilizando da caça, coleta, pesca. Com o tempo, outras etnias chegam à Ilha e há o convívio, atritos, alianças entre eles e, com isso, os Tupis Temiminós passam a ocupar a região. 

Seu nome deriva do fato do primeiro governador-geral do Rio de Janeiro ter recebido grande parte dessas terras, daí a antiga Ilha do Gato, de Paranapuã passar a ter o nome de Ilha do Governador Salvador Correia de Sá. Quando este deixa o cargo, a Ilha mantém apenas o “do Governador”. 

O aniversário é comemorado no dia 5 de setembro, por conta dos muitos estudos dos pesquisadores Cybelle e Marcello de Ipanema que ajudaram na aprovação de uma lei municipal instituindo esse dia festivo (Lei 1833 de 02/10/1991), sendo ampliada em 2006: “A Semana da Ilha do Governador passará a integrar o Calendário Oficial de Eventos da Cidade, sendo comemorada no mês de setembro de cada ano, na semana que englobe o dia 5”. (Lei 4259, de 09/12/2006). 

Com a colonização lusitana, nossa Ilha foi palco de grandes feitos desde o século XVI: na produção de cana-de-açúcar com muitos engenhos, a construção do Galeão Padre Eterno, do abastecimento de alimentos, pescado, cal, tijolos e telhas para o desenvolvimento da cidade Rio de Janeiro, com povoamentos, construção de pequenas igrejas. Aqui havia uma vegetação ampla e exuberante, com animais diversos como o belo gato Maracajá. 

Na chegada da Família Real lusitana, em 1808, a Ilha manteve a sua importância com a Coutada Real.  

Após a Independência do Brasil, nossa participação cresceu e até produziu-se formicida para conter o avanço de formiga saúva nas lavouras cafeeiras. Sempre fomos importantes e, até hoje, nossa Ilha é bela e marcante. E como afirma a nossa historiadora Cybelle: “A história da Ilha é história do Rio, é história do Brasil, de Portugal, do planeta. Tudo influi e é influído.” 

No século XX, o cemitério mudou de lugar, começam os loteamentos e a urbanização. Mudam a visão dessa área como mero espaço rural. Surgem pontes de atracação, o comércio se intensifica, há mais serviços públicos (posto policial, hospital e escolas). Chegam os bondes, o telefone, a luz elétrica, a ponte do galeão, o aeroporto, aterros, mercados, praças, os clubes, o shopping.  

Parabéns, Ilha do Governador! Siga-me no Instagran: @jubertosantoos