29/11/2024 - Edição 2226
O Governo do Estado do Rio de Janeiro deu um passo importante para reestruturar o sistema de transporte aquaviário ao anunciar que a empresa BK Consultoria venceu o pregão eletrônico e será a nova responsável pela operação das barcas a partir de 2025, caso a documentação seja aprovada. A mudança marca o fim do contrato com a CCR Barcas, em vigor desde 1998, e promete mais controle estatal e melhorias nos serviços. Para a Ilha está previsto um novo trajeto: Paquetá-Cocotá.
A principal mudança no modelo de concessão é a remuneração por milhas náuticas navegadas, com um custo máximo estimado em R$ 1.446,40 por trecho. Esse modelo, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desonera a operadora da dependência direta da receita tarifária, e transfere ao Estado a responsabilidade de fiscalização, pagamento e definição de investimentos. O governo também será responsável por toda a arrecadação da bilhetagem, que contribuirá com cerca de 25% do custo total do sistema, enquanto os outros 75% serão subsidiados pelo Estado.
O contrato prevê um período inicial de cinco anos, prorrogável por mais cinco, e exige da BK, empresa localizada em Barueri-SP, experiência com transporte de pelo menos 18 mil passageiros diários e operação de oito embarcações simultâneas. Além disso, a empresa será encarregada da manutenção de embarcações, terminais e estaleiro, além de gerir videomonitoramento e segurança.
— Atualmente nós só temos a opção de ir até a Praça XV. Há estudos de novos trajetos, mas ainda não há previsão que saia do papel. Está tudo muito confuso. Acho que vamos ter que ver na prática como tudo isso funcionará para depois cobrarmos essas melhorias — afirma Maicosuel dos Santos, insulano da Freguesia.
A inclusão do trecho Paquetá-Cocotá é um avanço significativo, já que os moradores de Paquetá ganham a opção de vir à Ilha de modo que comprem produtos e serviços da região e movimentem a economia. A ausência de planos concretos para aumentar a frequência ou diversificar as rotas entre a Ilha e outras regiões da cidade ainda é uma preocupação para os passageiros.
— Por que não embarcações que facilitem nosso acesso a Zona Sul, Baixada Fluminense e entre outras regiões? Temos a Baía de Guanabara que é muito mal explorada. Enquanto isso, sigo andando de frescão para ir a minha faculdade em Botafogo — disse o estudante de administração João Pedro.