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Grupo de vulneráveis vive no Aterro

Pessoas em situação de rua dependem de esmolas perto da Estação das Barcas


17/07/2020 - Edição 1998

Há cerca de sete meses o grupo montou a barraca ao lado do campo de futebol
Há cerca de sete meses o grupo montou a barraca ao lado do campo de futebol

Desde o fim do ano passado, um grupo de pessoas em situação de rua e dependentes ocupam um local público no Aterro do Cocotá, e segundo moradores das proximidades eles transformaram o local, perto de um campo, em moradia fixa. É possível notar o acúmulo de lixo, fezes de animais e humanas, nas redondezas, além do consumo de tóxico a céu aberto. Camas, colchões, mesas e até um plástico foi improvisado como cabana pelo grupo, que se reveza para sair e pedir dinheiro, mas nunca deixa o local abandonado.

De acordo com os moradores das proximidades, o grupo de vulneráveis aumentou durante a pandemia e o fato preocupa e gera intranquilidade para quem frequenta o Parque Poeta Manoel Bandeira. Segundo o insulano Mauricio Teixeira, que mora no condomínio em frente, o dia-dia são de relatos dignos da série The Walking Dead.

— São cenas que não me agrado em ver. Durante todo o dia é uma zona. A maioria dessas pessoas parecem perigosas e já ouvi alguns relatos de assalto nas redondezas. Este é um problema social grave e precisamos que as autoridades competentes ajam com urgência. Para caminhar hoje eu tenho preferido pegar o carro e ir ao Corredor Esportivo do que utilizar o Aterro, que seria muito mais cômodo e prático — disse Teixeira.

Todos são adultos sem trabalho e vivem de caridade

Como essas pessoas ficam próximo à Estação das Barcas e do ponto final do ônibus Reginas, que liga a Ilha ao município de Duque de Caxias, as abordagens para pedir esmolas são feitas por ali mesmo que são lugares próximos do abrigo. Cachorros de rua foram adotados pelo grupo e quando alguém chega perto os cães ameaçam avançar.

— Ao passar por ali me senti insegura. Tive que guardar meu celular na bolsa e desviar um pouco de caminho. É difícil. Eles precisam de ajuda, assistência, oportunidades, senão a situação pouco vai mudar e esta cena se estenderá por outras localidades da região — explica a insulana Márcia Gonçalves.

A Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos informou que vai programar ações no local a fim de ajudar essas pessoas. Uma boa notícia publicada pelo Ilha Notícias na edição da semana passada é que a triagem de pessoas vulneráveis vindas de todas as regiões da cidade que atualmente é feita na Ilha, no abrigo Stella Maris, será transferida pela prefeitura para um outro abrigo em Jacarepagua, fato que deverá diminuir o fluxo de pessoas em situação de rua na Ilha do Governador.