Fiocruz alerta sobre Covid-19 na Ilha

Especialistas do observatório Covid-19 da Fiocruz lançaram um alerta esta semana para as autoridades quanto ao aumento de casos registrados no município do Rio de Janeiro nos últimos dez dias. De acordo com o órgão, as autoridades não podem pensar em solução do problema quando ele já tiver instalado. A Ilha do Governador chegou a marca de 2.856 casos confirmados do novo coronavírus e 365 mortes registradas. Se levada em consideração os últimos 14 dias, houve um aumento de 136 novos casos e 18 mortes.

Surpreende, nas últimas duas semanas, o crescente número de casos do Jardim Guanabara. O bairro que desde o início da pandemia lidera entre os casos confirmados, teve um aumento de 119 casos, o que significa 87,5% nos últimos 14 dias na região. Cinco novas mortes também foram registradas fazendo o bairro chegar a marca de 546 casos já registrados e 46 mortes.

— Temos um vírus circulante e vamos conviver com este cenário durante algum tempo. Estamos tendo indícios de um novo aumento no número de contaminações. É uma zona crítica e preocupante. O poder público tem que estabelecer um plano de contingência, seja fortalecer hospitais e estruturas permanentes ou até mesmo partir para a reabertura de leitos de campanha. É legítimo fechar leitos, porque são caros, mas não se pode ter a possibilidade de um novo pico e não ter um plano capaz de gerar uma resposta imediata — afirma a pesquisadora da Fiocruz, Margareth Portela.

A taxa de ocupação de leitos para Covid-19 na capital está elevada. Isso se deve também a desmontagem ou redirecionamento de diversos leitos antes separados exclusivamente para tratar o coronavírus que agora foram disponibilizados para o atendimento geral, além do fechamento de alguns hospitais de campanha. No Evandro Freire, na quinta-feira (1º), havia 14 pacientes internados pela Covid-19. Durante a semana, a unidade havia recebido 21 pessoas com sintomas da doença. O complexo hospitalar dispõe atualmente de 39 leitos dedicados exclusivamente ao atendimento de pacientes com novo coronavírus, além de três leitos na sala vermelha.