Fernandinho e Gil são mortos no Dendê

A cúpula do tráfico de drogas do morro do Dendê sofreu sérias baixas durante uma operação da PM, na manhã da quinta (27), na comunidade. Na ação policial, denominada “Repugnare Criminis”, que no latim significa “Luta contra o crime”, foram mortos: Fernando Gomes de Freitas, Fernandinho Guarabu; Gilberto Coelho de Oliveira, o Gil; o ex-PM Antônio Eugênio de Souza Freitas, o Batoré e ainda os traficantes Paulo César da costa, o Piu, Tiago Farias Costa, o Logan. Fernandinho Guarabu, de 40 anos, comandava o Morro do Dendê desde meados de 2004 e se tornou o traficante que por mais tempo chefiou o tráfico em uma favela do Rio de Janeiro. Foram 15 anos à frente do tráfico da comunidade. No disque-denúncia, a recompensa para pistas que levassem ao seu paradeiro era de R$ 30 mil. Fernandinho e Gil comandavam e Batoré, Piu e Logan eram apontados como sucessores na hierarquia.

A operação que teve à frente a Corregedoria da Polícia Militar, foi realizada pelo Comando de Unidades Operacionais Especiais, em apoio do Batalhão do Choque, de Operações Especiais (Bope) e de Ação com Cães (BAC), após uma interceptação da inteligência da PM sobre uma reunião que seria realizada na quinta (27), entre os chefes do tráfico. Ao perceber a presença da polícia, um carro com os traficantes tentou a fuga, mas foi cercado na Rua Uruaçu, no Jardim Carioca. Houve confronto e todos integrantes do carro foram mortos.

Guarabu tinha uma longa ficha criminal, com 14 mandados de prisão expedidos pela Justiça por tráfico de drogas e homicídio qualificado, entre outros. Ele já havia sido condenado quatro vezes por esses crimes e suas penas somadas passavam de 100 anos. Fernandinho também era o traficante apontado como mandante da morte do major Alan de Luna Freire, que servia no batalhão da Ilha e foi executado na Baixada Fluminense com mais de 20 tiros. Fernandinho, no entanto, jamais foi preso.

A polícia ocupou as principais vias de acesso à comunidade do Dendê durante a operação. Segundo o porta voz da PM, cerca de 34 mandados de busca e apreensão estarão sendo cumpridos na comunidade até o final de semana. Dentre os mandados, estão dois PMs acusados de envolvimento com o tráfico, cujos nomes não foram revelados. No mesmo dia da morte de Guarabu, a Corregedoria da PM foi ao 17º BPM revistar os armários de cinco policiais que estariam sob suspeita, segundo a corregedoria da corporação foram encontrados cerca de 40 mil reais.