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Falta de luz gerou prejuízo ao comércio

Empresários reclamam das perdas durante os apagões


26/01/2024 - Edição 2182

Comerciantes da Ilha do Governador enfrentam um final de mês acumulando grandes prejuízos em virtude dos contínuos problemas no fornecimento de energia elétrica, ocasionados pelos problemas no sistema de distribuição de energia da concessionária Light. Anos de descaso e falta de manutenção preventiva deixaram a região vulnerável, incapaz de suportar a demanda crescente, especialmente nos dias de calor extremo, característicos do verão carioca. 

Sem avisar com antecedência do problema que poderia ocorrer por conta dos cabeamentos, os comerciantes não conseguiram se programar e foram pegos de surpresa. Além dos transtornos causados pela impossibilidade de operar normalmente, muitos relatam prejuízos significativos devido à perda de receitas e deterioração de mercadorias. 

Com a falta de energia, diversos estabelecimentos enfrentaram perdas financeiras consideráveis devido à impossibilidade de atender os clientes e temem que a situação se repita mais vezes. Desde lojas de conveniência até restaurantes, os empresários afirmam que a ausência de luz leva a uma queda drástica nas vendas diárias e agora não sabem como irão honrar com os compromissos no final do mês com os prejuízos trazidos pela instabilidade da energia.  

— Faltou luz geral a primeira vez, e eu perdi as massas que iria utilizar no sábado. Improvisei, fiz um pouquinho de pão e abrimos a loja. No sábado novamente faltou luz e tudo que eu tinha produzido, eu perdi. No domingo nem a loja eu abri. Estimo que perdi em produtos R$ 5 mil. Tudo que eu faço, eu produzo hoje, vai para a fermentadora, crescendo lentamente, para ficar pronto no dia seguinte. Sem energia é impossível trabalhar. E agora fico nessa instabilidade se irá ter ou não luz — afirma o proprietário da Padaria Roots, Gutemberg Souza.  

Outro local que sofreu bastante com a falta de energia foi a tradicional padaria Vale de Cambra, localizada no Tauá. Sem energia elétrica, produtos tradicionais da padaria, que fazem parte do dia-dia de diversos clientes, não foram sequer produzidos.  

— A situação estava insustentável. Sem energia, não conseguimos operar nossos equipamentos e servir nossos clientes. Isso afetou diretamente nosso faturamento diário, comprometendo a sustentabilidade de nossos negócios. Espero que a Light resolva o quanto antes e vou correr atrás dos meus direitos para ser ressarcido — afirma Cristina Leite. 

Diante da situação crítica, os comerciantes estão demandando ações imediatas por parte da concessionária Light. Um abaixo assinado com cerca de 5 mil assinaturas foi entregue no Ministério Público pela Associação Comercial da Ilha do Governador em conjunto com a Federação das Associações de Moradores da Ilha do Governador e da vereadora Tânia Bastos que pretende tomar as medidas de apoio político necessário de modo que a Light assuma as responsabilidades pela falta de energia na região.