02/05/2025 - Edição 2248
A falta de vagas de estacionamento na Ilha do Governador é um problema crônico que vem se intensificando nos últimos anos, devido ao grande fluxo de veículos na região. E no bairro da Portuguesa, esse problema é ainda mais visível, com a forte presença do comércio, sobretudo ao longo da Estrada do Galeão. Entretanto, os dois estacionamentos em terreno público localizados em frente ao McDonald’s e ao Supermercado Assaí, que poderiam ser solução, acabam agravando o problema no bairro.
O estacionamento é administrado pela empresa Stop Meier desde 2015, quando ganhou a concessão do espaço público. Entretanto, a empresa estabeleceu medidas que não favorecem o insulano que utiliza o local.
Entre as medidas mais polêmicas foi a de acabar com o período de tolerância no estacionamento. O usuário é obrigado a pagar assim que entra no local, o que inviabilizou a utilização para compromissos de curta duração. Como, por exemplo, desembarcar uma pessoa com dificuldades de andar. Além disso, a empresa cobra um valor único de R$ 10, podendo ser pago somente em dinheiro ou pix, não aceita cartões.
— A gente ouve muita reclamação de quem estaciona aqui em frente. Porque além de não ter o tempo de tolerância, alegam que o carro fica muito exposto, sem qualquer tipo de segurança. São coisas que desestimulam os nossos pacientes a estacionar aqui. Quem perde somos nós — afirma um médico que tem um consultório em frente ao estacionamento e não quis se identificar.
Com as medidas adotadas, o espaço é pouco utilizado, o que tem afetado o comércio local.
— Desde que essa empresa assumiu o estacionamento, a clientela diminuiu bastante. As pessoas raramente vêm de carro até aqui por conta do valor cobrado e também porque não se sentem totalmente seguras, pois é um estacionamento a céu aberto e o carro fica exposto. É ruim para a gente, porque ficamos limitados aos clientes que vêm a pé ou de transporte público — conta um comerciante de uma ótica que preferiu não se identificar.
Procurado, o Subprefeito das Ilhas, Rodrigo Toledo informou que a Stop Meier foi notificada para a desocupação do espaço, mas que permanece no local por conta de uma liminar concedida à empresa. A Procuradoria Geral do Município tenta reverter, mas ainda não foi tomada uma decisão na justiça.