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Esgotos sem tratamento poluem a orla

Pontos de despejo no Corredor Esportivo, Parque Royal e Praia da Rosa


16/02/2024 - Edição 2185

Em meio à paisagem agradável e de lazer que o Corredor Esportivo do Moneró proporciona aos frequentadores, um fato chama a atenção de forma negativa para o local. Três pontos de despejo de esgoto nas águas da Baía de Guanabara são um problema grave que contribui para a poluição na orla da região. 

Os trechos estão em três canais nas extremidades do Corredor. Um deles no Parque Royal, outro na Praia da Rosa e ainda outro nas proximidades do campo de futebol do Verzul FC. Este último em área protegida de manguezal. Nos três locais, o esgoto é despejado diretamente nas águas da Baía. O mau cheiro e a coloração escura da água deixam evidente a falta de tratamento do esgoto. 

De acordo com o engenheiro insulano Wagner Victer, a estimativa é de que pelo menos 150 litros de esgoto por segundo estejam sendo lançados na Baía a partir desses trechos em questão e que seria preciso fazer intervenções na Estação de Tratamento da Ilha do Governador (Etig) para conter o despejo. 

— A minha sugestão é que seja realizado um trabalho que foi implementado na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Lagoa de Araruama, na própria Praia da Bica e na Praia da Guanabara, que é o sistema chamado “captação de tempo seco”, em que toda a sujeira que vem misturada nos rios, nas águas pluviais, você capta e leva para a estação de tratamento. Esse sistema evita que o esgoto caia na Baía — explica Wagner Victer. 

A Etig está localizada em um raio de aproximadamente 2 km dos trechos onde há despejo de esgoto no Corredor Esportivo e, segundo Victer, as intervenções não seriam de alta complexidade. Em julho de 2022, o Ilha Notícias apontou que a Etig não tratava a maior parte do esgoto que é despejado na Baía de Guanabara. De acordo com técnicos, a estação opera somente em 30% de sua capacidade.  

Carlos Ramos, de 56 anos, é morador do Tauá e diariamente faz caminhadas no Corredor Esportivo. Ele lamenta a situação e lembra de quando as águas não eram tão poluídas na orla. 

— É triste ver isso, porque a gente começa a duvidar se um dia a gente vai ver as águas voltarem a ser limpas como já foram um dia — afirma. 

As comunidades da Praia da Rosa e do Parque Royal, localizadas nas extremidades do Corredor Esportivo, são as mais prejudicadas pela poluição das águas. Além do mau cheiro existem prejuízos para a saúde dos moradores.