Notícias

Desconhecidos dormem durante o dia junto à vitrines

Presença de moradores de rua espanta clientela em lojas da Portuguesa


25/03/2022 - Edição 2086

Ocupação de moradores em situação de rua afasta a clientela na Portuguesa
Ocupação de moradores em situação de rua afasta a clientela na Portuguesa

Desde o início da pandemia da Covid-19, o número de pessoas vivendo sob condições cada vez mais difíceis, visivelmente cresceu, obviamente em decorrência do aumento da pobreza. Todavia na esquina da Rua Cambaúba com Estrada do Galeão e República Árabe da Síria é comum homens desconhecidos, aparentemente saudáveis e jovens, ocuparem os espaços nas calçadas para dormir à noite e mesmo durante o dia, como na manhã de sol e calor da terça-terça, dia 15. 

No local onde funcionam algumas lojas e salas, como consultórios médicos, curso de idiomas e outras atividades, as lojas com produtos e serviços femininos tiveram que mudar ou faliram, aumentando as consequência sociais do desemprego para os funcionários dessas empresas.  

As principais reclamações da população e lojistas são a quantidade de sujeira, forte odor de urina e fezes. De acordo com relatos de comerciantes há uma espécie de rotatividade entre os homens e eventualmente mulheres, que formem junto às vitrine das lojas, prejudicando os negócios, sobretudo durante o dia. A sensação de insegurança é permanente porque ninguém garante como está o humor e quais serão as reações do grupo. 

— Embora o prejuízo para os negócios, há dias em que as pessoas que estão ali são tranquilas e a gente até busca ajudar. Mas, as vezes, aparecem pessoas diferentes e que são agressivas, abordam pedestres e ameaçam caso não deem a esmola. Por conta disso, muitas pessoas evitam passar aqui em frente, principalmente os idosos que são a maior parte da nossa clientela — conta uma lojista, que preferiu não se identificar. 

O grupo se instalou na Rua República Árabe da Síria

Por outro lado, há uma preocupação por parte da população quanto aos moradores de rua, que levanta um debate sobre o papel das autoridades locais em relação à assistência a esse grupo de pessoas na região.

— É uma situação que a gente fica triste, por ver um ser humano que fica sujeito a essas condições de vida, e ao mesmo tempo estamos apreensivos, por nunca saber como essas pessoas vão reagir. A gente torce para que no fim das contas os órgãos responsáveis tomem a melhor atitude possível, para garantir a nossa segurança e também uma vida digna para essas pessoas — conta Jorge Figueira, de 58 anos, morador da Portuguesa. 

O subprefeito das Ilhas, Rodrigo Toledo disse conhece o assunto. “Estamos cientes do problema e temos feito ações de acolhimento rotineiras com a Secretaria Municipal de Assistência Social.”