24/01/2025 - Edição 2234
Em meio ao verão, período do ano em que o mosquito Aedes aegypti atinge seu pico de proliferação, a campanha de vacinação contra a dengue na região tem enfrentado um desafio: a baixa procura. A região tem tido índices de imunização abaixo do esperado e autoridades de saúde fazem um apelo para que os insulanos completem o esquema vacinal dos mais jovens.
Em fevereiro de 2024, a Secretaria Municipal de Saúde iniciou a campanha na Ilha do Governador e desde maio vem oferecendo a segunda dose da vacina. A imunização contra a dengue está disponível para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos nas unidades de Atenção Primária da região – Clínica da Família Assis Valente, Clínica da Família Maria Sebastiana de Oliveira, CMS Parque Royal, CMS Necker Pinto, Policlínica Newton Alves Cardozo, Clínica da Família Wilma Costa e CMS Madre Teresa de Calcutá.
Entretanto, as unidades de saúde da região têm relatado uma baixa procura pelo imunizante, sobretudo em comparação com o início da campanha. De acordo com Emanuele Pereira, coordenadora da equipe enfermagem do CMS Necker Pinto, muitos insulanos aplicaram a tomaram a primeira dose, mas não retornaram para o reforço.
— A procura no começo da campanha foi bem grande, mas temos visto um declínio nos últimos meses. Muitas crianças que já deveriam ter tomado a segunda dose não fizeram. Tem sido uma preocupação, sobretudo por conta da incidência do sorotipo 3, que é o que menos afetou o Rio de Janeiro e, consequentemente, é o que os cariocas estão mais expostos. Fazer a imunização nesse momento é fundamental — afirma Emanuele.
De acordo com o secretário Daniel Soranz, o Rio de Janeiro tem 100 mil doses paradas há mais de seis meses, aguardando aplicação, o que tem gerado preocupação na administração municipal, tendo em vista que o prazo para que os cariocas completem o seu esquema vacinal é até o dia 31 de janeiro.
— Tivemos 110 mil casos de dengue no ano passado, e a nossa preocupação agora é evitar uma nova epidemia. Estamos em pleno verão, período em que a doença tende a crescer. Além de eliminar focos do mosquito, é fundamental que as crianças recebam a vacina. Essas 100 mil doses já poderiam ter sido aplicadas, salvando vidas. Não faz sentido esperar mais — destacou Soranz.
Para receber a vacina, o jovem deve ir até as unidades de Atenção Primária da região, preferencialmente acompanhado de um responsável, apresentar documento de identidade e comprovante de vacinação, se disponível.