Coluna da Aceig

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Gestão flexível de contratação e salários em tempo de crise


Por Marcelo Avelino

22/04/2022 - Edição 2090

Com a reviravolta no mercado financeiro e a falta de estabilidade ainda em razão da pandemia que assolou o mundo pela Covid-19, as empresas brasileiras vêm adotando novos modelos de contratação que fogem do padrão celetista (CLT) sem que isso seja caracterizado como prática ilegal. 

Comumente, as empresas adotam uma estrutura de cargos e salários de forma regular para todos, acarretando por muita das vezes uma rotina similar à padronização do serviço público de baixa produtividade. 

Há ainda a praxe de estruturar as jornadas no limite de 44 horas de trabalho por semana previsto na lei trabalhista, como se exigir o máximo de tempo dentro da empresa fosse o mesmo que medir se está havendo a melhor entrega de resultados. 

Manter um empregado em longas jornadas significa que se paga o mesmo valor da primeira hora – a mais produtiva – para a última hora – a menos produtiva –, o que fica ainda mais grave quando há hora extra, cujo valor-hora é no mínimo 50% maior para pagar a hora mais improdutiva do empregado, quando já está cansado e desmotivado. 

Atualmente existem formas mais adequadas de gerir a remuneração e a jornada de trabalho a depender da atividade da empresa, o que pode ser um grande diferencial para ter resultados superiores, pois se vincula remuneração aos resultados e a jornada rígida dá espaço para a flexibilidade, autonomia e alta performance. 

Uma das formas mais eficientes tem sido implementar a remuneração variável, devido às restrições das leis trabalhistas, poucas empresas conhecem os caminhos para desenvolver planos de remuneração variável que conseguem estimular de fato a produtividade e o alcance das metas desenhadas pela direção do negócio. 

Algumas empresas vêm reduzindo os limites de jornada de trabalho de 44h semanais para 30h, 26h ou até menos. Nada impede que as empresas estabeleçam jornadas inferiores, desde que seja respeitado o valor-hora do trabalho. A princípio, pode parecer mais benéfico para a empresa manter os empregados pelo maior número de horas, mas na verdade, pesquisas apontam para a maior produtividade humana nas primeiras horas do trabalho, especialmente as quatro primeiras.  

Texto produzido pelo Dr. Marcelo Avelino, Diretor Jurídico da Associação Comercial da Ilha do Governador. Mas informações sobre o conteúdo acima, fale com o Dr. Marcelo: 99811-7242