18/08/2023 - Edição 2159
Essa semana estava lendo alguns artigos que relatam sobre o prejuízo que o comércio acumula por causa da violência. E o mais espantoso que numa pesquisa rápida considerando anos atrás, os valores de prejuízos só vem aumentando.
A violência na Ilha foi destaque essa semana. E quero registrar aqui nossos sentimentos a essas famílias que foram afetadas diretamente com suas perdas familiares. Essa violência reflete, não só no ambiente familiar, mas também, no comércio de forma direta e indireta. O impacto da violência é gradativo, pois com a violência perdemos novos investidores no local, o desemprego aumenta pelo fechamento de estabelecimentos e as vendas diminuem em função do medo e da insegurança dos clientes.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) relatou em uma pesquisa (base 2019), que para 1% no número de ocorrências que envolvem o comércio, resulta em 0,34% de aumento médio nos preços. Isso por causa do investimento em segurança. E isso, se torna uma bola de neve crescente, afetando diretamente nossa economia, podendo chegar a situações irreversíveis.
Talvez alguém possa pensar que esse assunto não é assunto para a coluna da ACEIG. Ledo engano, pois tudo que reflete no comércio é assunto para refletirmos e discutirmos.
É claro, que se compararmos a Ilha ao Estado do Rio de Janeiro, estamos ainda com índices bem menores de impacto ao comércio, mas precisamos ter a consciência disso e persistir na cobrança aos órgãos públicos pelo combate a todo e qualquer tipo de violência, pois isso acaba fechando portas e diminuindo a oferta de postos de trabalho em nossa região de forma recorrente.
E quanto a nós clientes, precisamos fazer a nossa parte, atentando para os produtos que adquirimos em lugares não regularizados. Não cabe, em nossa consciência, adquirir um produto, seja pelo meio físico ou virtual, com o valor correspondente a 30 a 40% do valor médio desse produto no mercado. Precisamos desconfiar, porque podemos estar aquecendo o mercado clandestino e comprando coisas que foram adquiridas à custa de vidas ceifadas.
Procure conhecer a procedência dos produtos que estão sendo adquiridos. E isso vale para todos os lugares que você frequentar, principalmente dentro de nossa Ilha do Governador.
Texto da consultora empresarial e especialista em liderança Lani Menezes para a Associação Comercial da Ilha. Mais detalhes sobre o conteúdo: 99943-4310
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