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Chuvas de verão preocupam insulanos

Localidades da Ilha do Governador sofrem com alagamentos há décadas


07/01/2022 - Edição 2074

Durante as fortes chuvas, pedestres, motoristas e motociclistas são obrigados a se arriscarem na água
Durante as fortes chuvas, pedestres, motoristas e motociclistas são obrigados a se arriscarem na água

Com o verão, surgem as preocupações com as fortes pancadas de chuva, ventos e temporais costumeiras desta época do ano. Na segunda quinzena de dezembro, duas fortes chuvas ocorridas nos dias 17 e 29, deixaram diversos pontos da região alagados e moradores “ilhados” em suas próprias casas à espera da água baixar.  

Existem localidades da Ilha do Governador que os problemas de alagamento em dias de grande volume de chuvas já dura décadas. No bairro do Tauá, por exemplo, os moradores de trechos das ruas Capanema, Max Yantok, Eutíquio Soledade, Caricé, Gipoia, Benedito Patrício e adjacências, ficam apreensivos quando o céu muda repentinamente durante o verão com prenúncio de temporal. O grande problema destas ruas, segundo especialistas é que ficam ao nível do mar e a movimentação das marés dificulta bastante o escoamento das águas pelo canal da Av. Ilha das Enxadas, nos Bancários, uma das principais ligações das redes de águas pluviais com mar.  

— Todos já sabem o problema, mas a complexidade da obra assusta cada governante que entra e acaba que nada é feito e vão empurrando com a barriga. Isso é ruim, pois tira nosso direito de ir e vir da nossa própria casa, desvaloriza nosso imóvel e ainda corremos o risco de perder móveis quando a água avança para nossas casas — afirma Paulo da Silva, morador da Rua Eutíquio Soledade há três décadas.  

Outra rua com este problema crônico é a Estrada da Bica. O local acumula água que desce de diversas partes do Jardim Guanabara e da Estrada do Galeão e por ser próximo ao nível do mar, as galerias pluviais não suportam o volume de chuva. No dia 17, inclusive, um vídeo viralizou nas redes sociais de um morador andando de jet-ski em meio a esta via alagada. Já na Rua Açaituba, no Guarabu, a falta de eficiência de obras realizadas pela prefeitura há cerca de dois anos e que custaram R$3 milhões, causa revolta nos moradores. Mesmo com os reparos realizados durante sete meses, quando chove o problema persiste.  

— Interditaram a rua por quase sete meses e continuou a mesma coisa. É muita incompetência — disse a moradora da rua, Marcela Serqueira.  

Em busca de diminuir o impacto das chuvas de verão nestas localidades, o subprefeito das Ilhas, Rodrigo Toledo, planeja juntamente com o Centro de Operações Rio (COR) e a Secretária de Infraestrutura, Habitação, Conservação e Comlurb, ações de limpeza constantes em bueiros e ralos para desobstruir e reforçar a capacidade de fluxo das águas da chuva, enquanto outra obra não é feita.