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Changi devolve aeroporto para a União

Galeão e Santos Dumont terão um único concessionário para operar


18/02/2022 - Edição 2081

Um dos maiores aeroportos da América Latina sofre com poucos voos e custo elevado de manutenção
Um dos maiores aeroportos da América Latina sofre com poucos voos e custo elevado de manutenção

Após a crise gerada na aviação por conta da pandemia da Covid-19 somado ao esvaziamento no movimento do aeroporto do Galeão nos últimos anos, a concessionária RIOGaleão, administrada pelo grupo Changi, de Singapura, diante dos prejuízos, optou por devolver a concessão à União. O pedido de devolução voluntária do aeroporto abre caminho para um processo de relicitação, previsto em lei, que pode levar alguns meses. A atual administração é obrigada a continuar operando o local até o fim deste trâmite.  

Enquanto isso, os insulanos que trabalham no Aeroporto Tom Jobim vivem um cenário de incerteza quanto ao futuro. Com a desistência definitiva do grupo Changi é provável que haja o desinteresse de manter os serviços em funcionamento com qualidade, o que poderia acarretar demissões em todos os setores do aeroporto, impactando na economia da Ilha do Governador. O insulano Bruno Lopes, que trabalha há quinze anos como agente aeroportuário no Galeão, afirma que essa decisão, embora triste, é reflexo do “abandono” das grandes empresas de aviação ao Galeão.  

— Infelizmente é algo que era previsto. O Galeão é um dos maiores aeroportos da América Latina, mas tinha dia que abria pista para cerca de 40, 50 atividades entre pousos e decolagens. É muito pouco. Durante a pandemia, um aeroporto desta magnitude, operou três voos no dia. Fora que o Galeão vem perdendo na concorrência como hub aéreo para outros aeroportos do Brasil, principalmente pelo incentivo dado às empresas aéreas em outros estados. O Galeão demorou a se mexer, e agora ficamos à mercê do tempo para que haja uma licitação capaz de dar um folego maior aqui — afirma Bruno.  

RIOGaleão opera até a entrada da nova concessão

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação (Anac), o Galeão ficou apenas na 11ª posição no raking em 2021 de aeroportos do país com o maior número de passageiros. Para a grandiosidade do Galeão, que possui dois terminais, é altamente deficitário. Como medida para estimular um novo modelo de concessão vantajoso, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, anunciou que o leilão do Aeroporto Santos Dumont será junto com o Aeroporto Internacional e deve ocorrer no segundo semestre de 2023. O governador Cláudio Castro acredita que este processo de relicitação é uma grande oportunidade. 

— Vamos trabalhar para valorizar os dois aeroportos e construir o melhor resultado para todos — afirma o governador.  

Por sua vez, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, criticou a empresa Changi, já que acredita que esta decisão enfraquece o ambiente de negócios no Rio e não será bem vista como bom sinal no exterior para atrair novos investidores.