25/10/2024 - Edição 2221
É cada vez mais frequente o abandono de cavalos na Ilha do Governador. Esses animais são vistos vagando pelas ruas em estado deplorável, apresentando ferimentos nas patas, uso inadequado de ferradura e falta de sela. A situação expõe a necessidade de maior fiscalização.
O problema se tornou recorrente na região e em diversos locais, como Bancários, Freguesia, Estrada do Dendê, Galeão, Tubiacanga, Parque Royal e Corredor Esportivo, é possível avistar os cavalos. Além disso, os animais costumeiramente são encontrados pastando no Aterro do Cocotá e no terreno da Transpetro, na Rua Chapot Prevost, na Freguesia. Periodicamente o jornal Ilha Notícias recebe denúncias de moradores relatando os maus tratos.
Geralmente, jovens insulanos aparecem montados nos cavalos e cometendo maus tratos aos animais, que são submetidos a trabalhos extenuantes, como longos galopes pelo asfalto quente e por terrenos irregulares, o que contribui para o agravamento de suas condições físicas.
Muitas das vezes, os cavalos são submetidos a estas condições por pura diversão dos adolescentes. Em abril, o Ilha Notícias relatou jovens que utilizaram cavalos para apostar corrida com motos nas proximidades da Praça do Avião, no Galeão.
Os abusos já chegaram ao ponto extremo de causar morte. Em 2021, um cavalo subnutrido foi encontrado machucado e agonizando em um campo de futebol do Corredor Esportivo, próximo a Creche Doutor Antônio Monteiro, no Parque Royal. Apesar dos esforços de moradores para recuperá-lo, o animal não resistiu aos ferimentos e maus tratos.
— Eles não têm cuidado com os animais. Dão chicotadas, andam por entre os veículos, expõem ao risco não só os cavalos como qualquer pessoa que esteja por perto. É desumano demais e inconsequente. Algo precisa ser feito urgentemente para o bem desses animais e para a nossa segurança — afirma um morador do Bancários que não quis se identificar.
Maltratar animais é considerado crime pela Constituição Federal e prevê multas e até prisão de três meses a um ano, com potencial para a pena aumentar em até um sexto, caso o animal morra. Todas as solicitações de denúncia ou de resgate podem ser realizadas pelo canal oficial da prefeitura, pelo número 1746, ou através do programa Linha Verde, do Disque Denúncia, pelo número 0300-253-1177.