29/11/2019 - Edição 1965
Após ser identificado um morcego com o vírus da raiva na Ilha do Governador, conforme informou o jornal Ilha Notícias, na semana passada, a Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses do Rio, programou visitas, na terça (26), em residências da Rua Comendador Bastos, na Freguesia, região onde foi encontrado o morcego cujo teste deu positivo. Na ação, agentes de saúde levaram para os moradores orientações sobre os cuidados que precisam ser tomados e aplicaram a vacina antirrábica em mais de duas dezenas de cães ainda não imunizados este ano.
— Fizemos a vacinação perifocal, realizada nas casas no entorno do local onde o animal com o vírus da raiva foi encontrado. Foi uma ação de prevenção e sem motivos para pânico. Os morcegos são animais silvestres encontrados comumente no Rio, protegidos por lei e que não atacam. O morcego contaminado era da espécie frugívoro, que se alimenta apenas de frutas, e não de sangue. A coleta de morcegos mortos faz parte do monitoramento de zoonoses no município, dentro do Programa de Controle da Raiva do Ministério da Saúde — explicou a médica-veterinária Patrícia Nuñez, coordenadora de Zoonoses da Vigilância Sanitária do Rio.
Além da Rua Comendador Bastos, a equipe integrada pela médica-veterinária Eucy Galamba e dois auxiliares percorreu a Rua Magno Martins e a Praia da Guanabara. Um dos moradores da casa onde o morcego morto foi coletado, Milton Andrade Lemme, destacou a importância da orientação recebida, já que possui um pé de mangueira de grande porte no quintal e outras árvores que podem favorecer a aparição de morcegos.
— As folhas das árvores deixam o local bastante escuro e isso atrai os morcegos. Vou providenciar maior iluminação perto das árvores, a fim de afastá-los daqui — disse Milton.
Segundo os técnicos da prefeitura, os dados do monitoramento de zoonoses são constantemente atualizados e disponibilizados no site da Vigilância Sanitária, com mapas e outras informações. O município não registra casos de raiva em humanos desde 1986 e em cães e gatos há 24 anos. Os números são resultado de uma série de ações de controle adotadas pela prefeitura, como a vacinação de cães e gatos. Em três anos já foram aplicadas cerca de um milhão de doses da antirrábica na cidade.
Caso se avistado algum morcego vivo ou morto, a orientação é evitar o animal, e no caso de entrar na casa de algum morador o procedimento é colocar algum balde ou bacia de cabeça para baixo para imobilizar o animal e ligar imediatamente para a central 1746, que acionará a Vigilância para fazer a coleta.
Vírus pode ser transmitido para humanos e animais domésticos