As incertezas sobre a agenda do carnaval

Como esperado, a pandemia de coronavírus causou um grande impacto negativo no rendimento das empresas do setor cultural e criativo brasileiro, sobretudo no carnaval. A festa, que gera aglomeração natural, vive dias de incerteza e o que já era um momento de escassez na receita, agora ficou ainda mais difícil.

De acordo com um estudo recém-divulgado da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Sebrae, sobre os impactos econômicos da Covid-19 na economia criativa, cerca de 90% do setor perdeu renda com a pandemia e esse rombo econômico será sanado só daqui a dois anos.

Com o carnaval ainda para ser decidido, há o debate de algumas outras questões, sobretudo de patrocínio. Atualmente as escolas de sambas não recebem subvenção da Prefeitura – o que diminuiu bastante a verba para desenvolver o projeto – e vivem principalmente do dinheiro da Rede Globo, dona do direito de transmissão, e, no último ano, da Refit. Mas a grande questão é que se não houver carnaval, terá a verba da emissora?

Para o presidente Djalma Falcão o momento é delicado e trás uma grande preocupação com as contratações.

– As atividades que são realizadas para arrecadar fundos, como as feijoadas, estão paradas por conta da pandemia e estamos todos pensando em algumas formas de conseguir verba para continuar pagando nossos funcionários – desabafou Djalma preocupado.

Na última semana, a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj) responsável pela organização dos desfiles da Série A, divulgou uma nota informando que, entendendo todas as dificuldades já enfrentadas por suas agremiações filiadas, ainda mais agravadas por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, decidiu prorrogar o prazo para entrega dos sambas-enredo para o Carnaval 2021. As escolas de samba da Série A deverão entregar seus hinos para a disputa do próximo Carnaval até o dia 07 de dezembro de 2020.