10/04/2020 - Edição 1984
Com as atividades da Feira de Artesanato da Ilha do Governador suspensas por causa do período de isolamento social, diversas costureiras e artesãs decidiram trocar o foco e se uniram, em tempos de solidariedade, para ajudar o próximo. O grupo agora está confeccionando máscaras caseiras para serem doadas às pessoas que precisam necessariamente sair de casa e não possuem condições financeiras em comprá-las ou fazê-las.
Tudo começou por iniciativa da insulana Eliane Cardoso, de 38 anos, que é uma das organizadoras da feira do artesanato e se inspirou no movimento Masks4All (máscaras para todos) criado na República Tcheca, cujas diretrizes incentivam a produção de máscaras caseiras para driblar a falta do produto no país.
— Eu consigo produzir por dia uma média de 130 máscaras de TNT, todas destinadas para doações. Acredito que para conter o avanço da transmissão do coronavírus é necessário que a população entenda que é preciso ter cautela e obediência. Se cada um fizer sua parte, agindo com inteligência, vamos preservar vidas e sair logo deste período de quarentena, porque não vejo a hora de poder dar um mega abraço na minha mãezinha. Então usem máscaras e higienizem-se — conta Eliane.
O Ministério da Saúde, antes omisso quanto a utilização de máscaras para pessoas que não estavam com sintomas de Covid-19, mudou a orientação e agora chega a estimular a criação de máscaras próprias. Segundo o ministério, o uso das máscaras de pano é de caráter individual e após utilização é extremamente importante que sejam lavadas com água e sabão e deixadas de molho por dez minutos para manter a higiene. A insulana Marinete Moraes, 57, conta com a ajuda da vizinha Margarida de Souza, de 83 anos, para acelerar a produção.
— Invisto no ramo de artesanato desde 2007 para ajudar a pagar as contas e presentear familiares e amigos. Hoje me sinto grata e bastante útil em poder ajudar o próximo neste momento difícil que estamos vivendo. Colocar nossos dons a serviço da população é muito gratificante e ajuda a superar o tempo ocioso que surge com a quarentena.