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Aeroporto do Galeão vive situação crítica

Diminuição do imposto no combustível de aviação pode trazer mais voos para o Rio


23/04/2021 - Edição 2038

Um dos maiores aeroportos do Brasil, o Aeroporto Tom Jobim sofre com a pouca oferta de voos e a crise financeira
Um dos maiores aeroportos do Brasil, o Aeroporto Tom Jobim sofre com a pouca oferta de voos e a crise financeira

O Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Galeão, vem sofrendo nos últimos anos com a diminuição na quantidade de voos, fruto da perda de competitividade diante de aeroportos internacionais de outros estados do Brasil. Com a pandemia, o problema foi potencializado, na medida que a malha aérea ficou reduzia devido as restrições produzidas pelo vírus. Nas duas últimas semanas, mais de cem voos foram cancelados do Galeão. Para especialistas se as operações no aeroporto permanecerem com esse movimento pode haver um colapso operacional.

Em busca de diminuir os altos custos de manutenção, a concessionária do aeroporto do Galeão, a RIOGaleão, opera desde o início da pandemia apenas a pista, entre a Base Aérea e a Área de Apoio, para pousos e decolagens. Mesmo realizando essas alterações para poupar despesas, as contas não fecham.

— É bastante difícil operar no Galeão. O custo é muito alto. O aeroporto, hoje, tem dificuldades por conta destes custos. É uma questão estratégica. São Paulo nos últimos anos conseguiu oferecer um benefício muito interessante que levou diversas companhias áreas que estavam no Galeão para lá. São Paulo adotou uma política agressiva com a redução de ICMS de aviação e investiu fortemente em infraestrutura, o Rio de Janeiro ficou inerte — analisa Allan Miranda, especialista em aviação.

Empresas aéreas, como a Lufthansa e a Air France, que tinham o Galeão como destino no Brasil, reduziram em 80% a quantidade de voos em comparação a 2015. Muitos desses voos migraram para São Paulo. Para tentar a reativação do Galeão, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro discute Projeto de Lei para reduzir o imposto da querosene de aviação. A medida é vista como importante para a recuperação de companhias aéreas e a volta do movimento no Tom Jobim, já que o combustível representa percentual expressivo no custo dos voos.

A concessionária RioGaleão quer reforçar o papel do Galeão como HUB aéreo, ou seja, um aeroporto internacional que sirva como centro de distribuição de voos. “Só com a notícia sobre a possível redução do preço do combustível, diversas empresas aéreas pensam retomar voos internacionais a partir do Galeão, e manter o Santos Dumont para a ponte-aérea”, disse o secretário Estadual de Turismo. Gustavo Tutuca, que apoia o projeto de lei que tramita na Alerj.