26/01/2024 - Edição 2182
Uma grande parcela da população da Ilha do Governador não deve saber que há uma rua no bairro do Jardim Guanabara com um busto bem bonito da cantora Carmen Miranda. A rua também leva seu nome.
Mas por que a homenagem a essa famosa personalidade aqui na Ilha? Será que ela nasceu ou teve parte de sua vida aqui conosco? Alguém de sua família residiu aqui?
Eis uma breve biografia. Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu em Marco de Canaveses (Portugal), em 1909. Sua família se muda para o Rio de Janeiro quando ela tem 2 anos de idade. Seu primeiro disco sai em 1930, marcado pelo êxito de Taí, de Joubert de Carvalho.
Na década de 1930, suas gravações fazem sucesso nos carnavais e ela realiza turnês pela Argentina e pelo Uruguai. Atua no cinema brasileiro estrelando cinco filmes. No último deles, Banana da Terra (1938), aparece pela primeira vez vestida de baiana para cantar “O Que É Que a Baiana Tem?”, de Dorival Caymmi. O traje estilizado de baiana com balangandãs e turbante torna-se sua marca.
Em 1939, vai para os Estado Unidos, onde faz sucesso durante 15 anos. Estreia em um musical da Broadway e, em 1940, apresenta-se na Casa Branca para o presidente Franklin Roosevelt. No ano seguinte, assina contrato para atuar em Hollywood. Trabalha em “Uma Noite no Rio” (1941) e em mais 12 filmes. Consagrada internacionalmente, viaja ao Brasil em 1954 para rever a família. Meses depois, já de volta a Hollywood, morre de um ataque do coração em agosto de 1955.
Dessa forma, percebe-se que a artista não nasceu ou viveu na Ilha do Governador. Essa homenagem foi feita pela Câmara Municipal e por artistas cariocas. O busto em bronze sobre coluna de granito é um obra de Mateus Fernandes, e foi inaugurado em 20 de setembro de 1960 no Largo da Carioca. Foi uma iniciativa da Revista do Rádio e da loja Rei da Voz. Porém, em 1979, por conta de reformas na região, o busto foi transferido para a rua em sua homenagem aqui na Ilha.
Segundo o pesquisador Jaime Moraes: “No inicio dos anos 50, o compositor Roberto Martins sugeriu a um vizinho, o Dr. Aben Atar, advogado e político, a troca de nome da própria rua que moravam para Carmen Miranda. A mudança ocorreu em novembro de 1955”. Assim, a homenagem foi feita em solo insulano. Antes a rua já fora chamada de rua Três, Paquetá e Dondoca. Na época a iluminação era feita com lampiões, existiam casas em estilo alemão e muitas pessoas passavam por ali como atalho para o Cacuia. Não conhecia essa rua? Visite o local!
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